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Emissões de metano são até 70% maiores do que mostram números oficiais, diz agência

Emissões de metano são até 70% maiores do que mostram números oficiais, diz agência

Para Agência Internacional de Energia, mundo precisa intensificar seus esforços de monitoramento e ação política para reduzir as emissões do gás poluente

As emissões de metano, um dos mais potentes gases de efeito estufa, são 70% maiores do que o relatado oficialmente pelo setor global de energia, afirma a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) em relatório divulgado nesta quarta-feira (23), em que identifica o setor de carvão como a maior fonte individual responsável pelo problema.

Em seu relatório “2022 Global Methane Tracker”, o órgão de vigilância, com sede em Paris, destaca que o mundo precisa intensificar seus esforços de monitoramento e ação política para reduzir as emissões do gás poluente.

As contribuições da indústria do carvão para o problema foram registradas pela primeira vez, superando as outras partes principais do setor de combustíveis fósseis em 42 milhões de toneladas (Mt), seguidas por 41 Mt e 39 Mt de petróleo e gás natural, respectivamente, aponta a agência de notícias Reuters. O relatório apresenta as primeiras estimativas abrangentes de emissões para cada país, nas quais foram observados alguns possíveis sinais de progresso no controle do problema.

“As emissões de metano do setor de energia cresceram pouco menos de 5% no ano passado”, disse a IEA. “Isso não os trouxe de volta aos níveis de 2019 e atrasou um pouco o aumento no uso geral de energia, indicando que alguns esforços para limitar as emissões já podem estar valendo a pena”.

Mais de 100 países aderiram a um esforço liderado pelos Estados Unidos e pela União Europeia para reduzir as emissões de metano em 30% até 2030 em relação aos níveis de 2020 na conferência climática COP26 em Glasgow, Escócia, no ano passado.

O metano é o principal gás de efeito estufa depois do dióxido de carbono. Ele tem um potencial de retenção de calor maior do que o CO2, mas se decompõe na atmosfera mais rapidamente – o que significa que o corte das emissões de metano pode ter um impacto rápido no controle do aquecimento global.

“Se até o final desta década pudermos reduzir as emissões de metano produzidas pelo homem em 30% de onde estão hoje, o impacto no aumento da temperatura em meados do século é o mesmo que trocar todos os carros, caminhões, aviões e navios do mundo para tecnologias de emissão zero”, disse o economista-chefe de energia da IEA, Tim Gould, em um comunicado.

O setor de energia responde por cerca de 40% das emissões de metano da atividade humana, disse a IEA. Outras indústrias, com a agricultura no topo, também são grandes emissoras do gás.