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Colocar plástico no micro-ondas ajuda a liberar partículas tóxicas

Colocar plástico no micro-ondas ajuda a liberar partículas tóxicas

Os microplásticos são uma grande preocupação aos especialistas e à população, de modo geral — e um artigo publicado na revista Environmental Science & Technology revelou que levar recipientes de plástico ao micro-ondas pode resultar na liberação dessas partículas tóxicas.

O alerta dos cientistas é que o micro-ondas contribui para a liberação de nanoplásticos, ou seja, partículas ainda menores, o que pode não parecer, mas é ainda mais preocupante: enquanto nossos rins são capazes de filtrar as partículas maiores, os nanoplásticos podem deslizar através de nossas membranas celulares e alcançar lugares que não deveriam.

“Os microplásticos são como restos de plástico: eles entram e são expulsos, mas é muito provável que os nanoplásticos sejam muito tóxicos”, afirmam os pesquisadores.

Na opinião dos autores do estudo, isso desperta a necessidade de fazer plásticos a partir de diferentes polímeros, mas isso exigiria um compromisso financeiro para pesquisar e desenvolver esses novos compostos.

“Tenho esperança de que chegará o dia em que esses produtos exibirão rótulos que dizem ‘livre de microplásticos’ ou ‘livre de nanoplásticos'”, diz a equipe, em comunicado.

Micro-ondas pode contribuir para a liberação de microplásticos tóxicos (Imagem: RossHelen/envato)
Micro-ondas pode contribuir para a liberação de microplásticos tóxicos (Imagem: RossHelen/envato)

Enquanto isso não é uma realidade, a recomendação dos autores do estudo é justamente não colocar recipientes de plástico no micro-ondas.

O que são microplásticos?

Microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero (ou seja, plásticos) com menos de cinco milímetros de diâmetro.

Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.

Essas substâncias podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias. Os microplásticos primários são projetados para uso comercial — ou seja, produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca. Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.

Quais são os malefícios dos microplásticos?

Neste ano, um estudo publicado na revista científica Nanomaterials apontou que microplásticos podem invadir o cérebro após a ingestão. Basicamente, as nanopartículas rompem a barreira hematoencefálica e, como consequência, invadem o órgão.

Para entender o risco da exposição, os autores alimentaram seis roedores com uma solução aquosa contendo partículas de nanoplástico. O grupo descobriu que até duas horas era o tempo necessário para que o material ultrapassasse a barreira hematoencefálica.

Outro estudo já revelou que microplásticos podem perturbar funcionamento de hormônios sexuais. No experimento feito em roedores, as fêmeas estavam no cio e ficaram sob exposição da substância. Sua pressão subiu e a dilatação dos vasos sanguíneos foi impactada, mas, mais importante, as quantidades do hormônio 17 beta-estradiol diminuíram, demonstrando uma redução na função endócrina.