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Campina Grande, uma cidade sentimento

Campina Grande, uma cidade sentimento

História do município, que completa 157 anos de emancipação, envolve amor, acolhimento, orgulho e muito afeto

A história de Campina Grande, desde os seus primórdios, envolve amor, acolhimento, orgulho e muito afeto. A cidade passou de rota de travessia para povoado, vila e cidade pela força de todos os sentimentos que, a partir desse chão, brotaram nos pioneiros que decidiram fincar suas raízes na Rainha da Borborema e escreveram as primeiras linhas dessa história.

Nos seus 157 anos de emancipação política, completados nesta segunda-feira, 11 de outubro, os sentimentos aflorados na crença de crescimento e importância dessa cidade estão ainda maiores do queantes. Isto porque, tanto para quem nasceu ou quem escolheu Campina Grande para viver, falar da cidade vai muito além do relato apenas, é sentimento, estado de espírito e fenômeno que forma e transforma identidades.

Campina Grande é hoje a segunda maior cidade da Paraíba, um polo de referência tecnológico para todo o país, protagonista na economia, figurando entre os maiores centros de investimentos e, claro, segue sendo a terra do Maior (e melhor) São João do Mundo.

Mesmo com toda essa importância palpável, são as entrelinhas cotidianas, escritas por quem tem Campina como lar, que descrevem a cidade. Nenhum campinense (ou campina-grandense), seja de nascimento ou de acolhimento, fala desse território sem amor. E é justamente por isso, que o município se transformou na potência que já é hoje e com projeções ainda mais positivas para o futuro.

Fora da cidade desde 2007, José Pereira, analista de sistemas e integrante do podcast Baião de Dois, sobre futebol nordestino, mora hoje em São Paulo, mas segue vivendo o sentimento sem fim que é ser de Campina Grande.

“Campina Grande possui uma aura diferenciada, não precisa viver para amar aquela cidade, basta conviver. Saber que aquela comunidade pacata perceber que ser caminho de passagem para longas viagens poderia ser um motor de desenvolvimento é algo que muito nos orgulha e assim continuou sendo, fosse na época do algodão ou no desenvolvimento de tecnologias, Campina não é chamada de Rainha à toa, pois teve um papel fundamental na integração da Borborema”, declarou José Pereira.

Nos últimos meses, José Pereira eternizou, em forma de tatuagem, cenários da cidade como uma forma de sempre recordar o seu lugar de fato, enquanto não regressa, mesmo que apenas de passagem.

“Com o passar dos anos, a cada momento em que ponho os pés em solo campinense, eu me sinto lisonjeado por saber que encontrarei familiares e amigos da minha primeira parte da vida. Ali você tem tua primeira formação, seja ela pessoal ou de valores, é Campina quem te apresenta uma boa parte do mundo como ele é, repleto de virtudes e defeitos. É exatamente porque eu morei em Campina Grande que eu posso afirmar como a Paraíba tem um papel muito importante em um combalido Nordeste. É de explicar que o nosso interior é rico em diversos aspectos. Em outras palavras,Campina Grande tem participaçãodireta na formação de qualquer indivíduo cujo nela foi criado”, afirmouo analista de dados.

Para um dos idealizadores do Retalhos Históricos de Campina Grande, blog e páginas nas redes sociais que desempenham a função de resgate histórico e de memória da formação da cidade, Emmanuel Sousa, a paixão do campinense pela sua cidade é nítida, mas muito difícil de ser explicada.

“Os habitantes de Campina Grande são apaixonados por esta cidade! Acho que ninguém consegue explicar o que faz a Rainha da Borborema ser tão amada por quem aqui põe seus pés. Nossa gênese foi meio assim, não é?! Os tropeiros aqui pararam, certa vez, pararam novamente e nunca mais essa região parou de acolher as pessoas. Deve ser seu povo, deve ser seu clima, deve ser sua cultura… amor não se explica, se sente e se vive, intensamente”, afirmou Emmanuel Sousa que também é contador e diretor financeiro da Secretaria de Finanças de Campina Grande.

Através do espaço criado em 2009, que tem também Adriano Araújo como idealizador, os editores do blog chegaram a parar por um ano, em 2014, mas a demanda da população de Campina Grande foi tamanha que a retomada veio, um ano depois, mesmo com as obrigações profissionais de ambos.

Amor que movimenta a Rainha da Borborema

A paixão do povo de Campina pela sua terra é capaz, até, de movimentar a economia e desenvolvimento da cidade. Através da linguagem do amor, a população, segundo Rosália Borges Lucas, secretária de Desenvolvimento Econômico da cidade, consegue trazer turistas e até novos habitantes.

“Esse amor que a gente tem é o que traz as pessoas e elas terminam voltando porque falamos de Campina Grande com sentimento, desde a feira central, nossos times, nossas músicas, artistas, nossa literatura de cordel, orgulho das nossas universidades e seus cursos… Temos amor genuíno. Campina Grande não é uma cidade, é um sentimento. Onde a gente vai, a gente leva esse sentimento. Onde estou, eu falo de Campina Grande e todo mundo da cidade é assim, do orgulho que temos de tudo”, ressaltou a secretária.

Por conta desse potencial, Campina Grande, pela primeira vez na história, se colocou como destino turístico na maior feira de Turismo da América Latina, a Abav Expo & Collab, que aconteceu de 6 a 8 de outubro, no Centro de Convenções, em Fortaleza.

Miguel Ângelo Gomes, coordenador de turismo da cidade, afirma que a iniciativa, impressiona aos que chegam e conhecem a cidade por conta do sentimento impresso em palavras, gestos e acolhida do povo campinense.

“As pessoas ficam muito impressionadas e encantadas com a maneira com a qual nós nos apresentamos. Sempre que recebemos visitas técnicas, agentes de viagens ou mesmo turistas, ele se impressiona muito com o amor que temos por Campina Grande e essa essência é fundamental porque o primeiro turista da cidade é o cidadão, se o cidadão não conhece a sua cidade ele não vende, ele não fala bem. As pessoas precisam viver essa experiência que é Campina Grande. Experiência multissensorial, gastronômica, uma cidade encantadora. Quem conhece Campina não esquece jamais”, declarou o coordenador.

Fruto da parceria da Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com o Sebrae, o Destino Campina Grande amplia a valorização e a divulgação de todo o potencial turístico campinense e cidades vizinhas com características que valorizam a cultura, a gastronomia, o regionalismo e a natureza e os eventos realizados na cidade. Miguel Ângelo Gomes reitera, ainda, o sentimento de ser Campina Grande. “Costumo dizer que Campina é uma cidade-estado, assim como eram as pólis gregas, uma cidade que tem uma certa independência e é uma cidade-estado de espírito, espírito do campinismo. Quando nós, campinenses, ouvimos pronunciar o nome de Campina Grande, somos provocados a sermos tão grandes quanto. O campinismo é o nosso sentimento, é o nosso orgulho”, finalizou o coordenador.

Nesses 157 anos, a Rainha da Borborema e os seus nobres súditos são movidos pelo amor, sentimento que impulsionou e impulsionará a maior cidade do Agreste paraibano para seguir trilhando os rumos do desenvolvimento.