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Na Borborema: Livramento mantém tradições religiosas e vocação econômica

Na Borborema: Livramento mantém tradições religiosas e vocação econômica

Turistas e visitantes podem encontrar na cidade, a 240 km da capital, cruzeiro, museu, igrejas e sítios

Desde o início do século 20, quando surgiram os primeiros moradores do município paraibano de Livramento, logo se percebeu que a fertilidade da terra era propícia à criação de gado e à lavoura. Segundo o prefeito, Ernandes Barboza Nóbrega, conhecido como Nananda, atualmente, o forte da economia local é a agricultura e a pecuária, especificamente, a criação de caprinos e bovinos.

Quem vai à cidade, também pode apreciar diversos pontos de visitação. “O turista pode visitar locais como o Cruzeiro, que é um ponto de reflexão; a Praça Tona Leite, local de encontro dos livramentenses e turistas; o Museu do Homem do Cariri, no Sítio Carneiro, e a Igreja Matriz Nossa Senhora do Livramento, padroeira da cidade, cuja festa em sua homenagem acontece no mês de novembro”, citou o prefeito.

A história da igreja remonta desde a época do estabelecimento dos primeiros moradores na região. Antes de se tornar município, as terras onde hoje está Livramento faziam parte da Fazenda Livramento Velho, que pertencia a José Marinheiro de Brito. Nessa propriedade, foi erguida a capela dedicada a Nossa Senhora do Livramento, padroeira do lugarejo. “Em 1913, o senhor José Marinheiro de Brito doou um terreno para a construção da capela”, contou Nananda.

A edificação da capela está relacionada à promessa feita por um morador da região. Segundo o gestor municipal, nos primeiros anos do século passado, um jovem chamado Manoel Guilherme da Nóbrega, morador do Sítio Batalha, caiu do cavalo em uma das montarias que costumava fazer. Ele perdeu os sentidos e, ao despertar, fez uma súplica à santa ao qual era devoto – Nossa Senhora do Livramento. O jovem teria dito que, se ficasse sem nenhuma sequela iria, como agradecimento, construir uma capela em homenagem à santa. O pedido dele foi atendido e a capela foi erguida.

A primeira moradia do povoado foi construída por Antônio Marinheiro, pai de José Marinheiro de Brito. Segundo dados da prefeitura, pouco tempo depois, o senhor Ildefonso de Almeida Filho fixou-se no local, construiu várias casas e até uma indústria de beneficiamento de algodão.

Os investimentos contribuíram para a vinda de novos moradores, dando início à formação de uma aglomeração de moradias e também do comércio, nas primeiras décadas do século 20. No ano de 1914, realizou-se a primeira feira pública da região, que, de acordo com a prefeitura, se apresenta em intenso movimento ainda hoje.

O prefeito Nananda explicou que a origem do nome da cidade foi adotado em devoção a Nossa Senhora do Livramento, porém, o município havia recebido, anteriormente, outros nomes. “Foi chamada de Livramento Velho, de Carnaubal, Sarapó. No ano de 1948, por força da Lei Nº 213, após um movimento popular, que resultou em um abaixo-assinado, o distrito passou a ser chamado, oficialmente, de Livramento”, disse o prefeito.

Atualmente, Livramento possui 6.877 habitantes, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além da tranquilidade típica das pequenas cidades do interior, Nananda declarou que o lugar se destaca também pela cultura da sanfona, pelo zelo ao patrimônio público, pelo povo hospitaleiro e por ser uma cidade limpa.

Sobre Livramento

Filha ilustre O município de Livramento fica distante cerca de 240 quilômetros da capital paraibana, João Pessoa, e está situado na mesorregião da Borborema. Tem como filha ilustre, a saudosa cantora Eliza Clívia, vocalista da banda Cavaleiros do Forró, que faleceu em 2017, vítima de um acidente automobilístico, aos 37 anos.

Eliza Clívia passou dez anos na banda e gravou sucessos como “Mar de Doçura”, “A Vontade Que Eu Tenho”, “Cadê Você”, “Minha Rainha”, “Brinquedo de Amor”, “Sonho de Vaquejada”, Não Pegue Esse Avião”, “Que Rei Sou Eu” entre outras canções. Em 2013, foi anunciado o seu desligamento da banda, juntamente com seu marido, Jaílson Santos, com quem foi casada até 2016. Ainda em 2013, Eliza e Jaílson passou a integrar a banda Forró Cavalo de Aço, onde permaneceram por cinco anos, até que em 2017 a cantora seguiu carreira solo.

O acidente que resultou na morte da cantora – e mais quatro integrantes do seu grupo de trabalho, ocorreu em Aracaju (SE), no mês de junho de 2017, quando a artista havia acabado de sair de uma gravação para um programa de TV.

Festividades

O município de Livramento é um lugar festeiro e costuma comemorar várias datas fixas ao longo do ano. Entre os grandes eventos estão o São João, a Festa da Cabra, a Vaquejada, a Festa de São José, do Sagrado Coração de Jesus, o Desfile Cívico de 7 de Setembro e a Festa da Padroeira.

Emancipação política

No período que compreende os anos de 1936 e 1937, Livramento era um distrito da cidade de Taperoá. Em 1938, o lugar passou a ser denominado de Carnaubal, matendo ainda o mesmo vínculo territorial. Por meio do Decreto-lei Estadual Nº 520, de 31 de dezembro de 1943, o distrito de Carnaubal passou a denominar-se Sarapó, ao mesmo tempo em que o município de Taperoá foi chamado de Batalhão.

Em 1948, o distrito de Sarapó voltou a receber a nomenclatura de Livramento e, no ano seguinte, o município de Batalhão passou a ser chamado, novamente, de Taperoá, por meio da Lei Estadual nº 318, de janeiro de 1949.

Registros de 1950 mostram que o distrito de Livramento (ex-Sarapó) figura como pertencente ao município de Taperoá (ex-Batalhão). Essa divisão territorial se prolongou até 1960.

Em 15 de dezembro de 1961, com a denominação de Livramento, o lugar foi elevado à categoria de município, sendo desmembrado de Taperoá.

A separação ocorreu por meio da Lei Estadual Nº 2625, de 15-12-1961 e a instalação ocorreu em 11 de novembro de 1962.

Investimentos estaduais

Nos últimos anos, o município de Livramento recebeu investimentos e melhorias por parte do Governo do Estado. Segundo dados da Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan) foram obras na área de educação. Confira algumas delas:

Em 2021, o Governo do Estado aplicou R$712.175,84 na construção de um ginásio coberto com vestiário, no terreno remanescente na Escola ECI João Lelys.

Está em processo de licitação a reforma e ampliação do Complexo Educacional E.C.I. João Lelys. Os recursos são da ordem de R$ 3.901.916,06.