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Belém, a “Terra do pão”

Belém, a “Terra do pão”

Cidade acolhedora e empreendedora

A cidade de Belém, no Brejo paraibano é conhecida como a “Terra do pão”, mas também como “Terra do São Pedro” devido às festividades em homenagem a São Pedro que atraem turistas de toda região e diversas partes do Brasil. Belém significa “casa do pão” e o nome trouxe com ele a tradição de uma cidade ligada à indústria da panificação, que é considerada uma das maiores da Paraíba.

A cidade também se destaca pela Festa da Conceição (em homenagem à padroeira Nossa Senhora da Conceição). De acordo com a assessoria da Prefeitura, as características que melhor identificam o belenense são o perfil acolhedor e empreendedor da população. O município também é conhecido pela noite no Centro da cidade, com bares e restaurantes frequentados por pessoas da cidade e de municípios próximos. “A cidade se destaca na indústria alimentícia, com a produção dos biscoitos, cuja fábrica é um símbolo do nordestino, e produção de sordas”.

Conforme a assessoria, Belém é caracterizada pela sua capacidade industrial, mas também pela agricultura e comércio. A economia ainda é baseada na prestação de serviços como clínicas, laboratórios, salão de beleza e clínicas de estética. “Além da indústria de biscoitos, a cidade também é atuante com a cerâmica. Outro destaque é o setor comercial local com pequenos e médios comércios como lojas, restaurantes e supermercados”.

No entanto, é o turismo que aos poucos vem se desenvolvendo na cidade com enorme potencial. A cultura belenense também vem sendo reconhecida através da parte artística musical, instrumental e artesanato. Este último está nas famílias por gerações, produzindo peças em argila e madeira, por exemplo.

Com relação a música, as bandas de forró e trios pé de serra são os elementos mais presentes, já que Belém possui vários artistas locais. Por muito tempo, a cidade foi identificada pelas danças de ciranda, pastoril, quadrilhas juninas e boi de Reis. A música também identifica os filhos ilustres da cidade, a exemplo de Chiquinho de Belém (ex-sanfoneiro da Banda Magníficos) e Mestre Marrom (ex-vocalista dos Três do Nordeste).

Belém está distante 123 km da cidade de João Pessoa e está inserida na microrregião de Guarabira e mesorregião do Agreste paraibano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade tem uma área territorial de 99.609 km² e uma população estimada em 17.733 pessoas (dados de 2021). A cidade foi emancipada no dia 6 de setembro de 1957.

Professora saiu de Santa Luzia para modernizar a educação

A professora Maria Cristina Dantas, tem 86 anos e aos 24, saiu de Santa Luzia, no Sertão paraibano para modernizar a educação de Belém e retirar métodos considerados ultrapassados, como a palmatória. Na cidade, fundou escolas e participou do processo de emancipação política. Por isso, afirma que a história de sua família se confunde com a história da cidade. “Eu vim de Santa Luzia para Belém com a missão de trabalhar a educação no Brejo. Na época, Belém era distrito de Caiçara e era uma vila. Então, eu vim para fazer um ensino mais moderno”, conta.

Ela deveria retornar a Santa Luzia em três meses, mas gostou tanto da cidade que resolveu ficar. Além disso, percebeu a necessidade que o local tinha na época de ampliar seu trabalho na educação (a cidade não tinha professor e havia dificuldades no ensino). Após 10 anos de sua chegada, a educadora fundou escolas de 1º e 2º grau, que já contaram com mais de mil alunos.

Em Belém, casou com um morador local, teve seis filhos (cinco mulheres e um homem) e mora até hoje com o marido. Dos seis filhos, três permanecem na cidade. Um deles, é o professor de Educação Física e advogado Cristian Dantas, que mora com sua esposa e dois filhos. “Belém era uma vila de passagem onde as pessoas encontravam o comércio do Centro. Como a cidade tem essa vantagem de ser caminho para Natal, Campina Grande ou João Pessoa, as pessoas trafegavam por ali, o que fortaleceu o comércio do município”, relatou.

História

Três períodos formam a história da cidade. O primeiro se confunde com o início da colonização da Paraíba quando entre os anos de 1587 e 1592 aconteceram as batalhas na região da Serra da Copaoba (onde está inserido parte do município), entre os Índios Potiguaras (aliados dos franceses que exploravam o Pau-Brasil da região), e os portugueses, (aliados com os índios tabajaras do Litoral araibano). Os primeiros nativos de Belém foram os potiguaras que tentaram resistir aos ataques dos colonizadores e dos tabajaras. Porém, foram derrotados e os potiguaras tiveram que fugir para o Estado do Rio Grande do Norte.

O segundo período remonta a segunda metade do século 19 e início do século 20. O padre José Tavares Bezerra doou em 1871 um terreno para a Capela Nossa Senhora da Conceição do povoado de Belém. A feira foi criada no início do povoado. No povoado, as primeiras residências e casebres foram sendo construídos ao lado da estrada de barro que o ligava a povoados mais próximos. Ele foi denominado pelos moradores de Gengibre, provavelmente pelo cultivo dessa leguminosa pelos ndios potiguaras da regiãopara fazerem escambo com os franceses que eram seus aliados.

No início do século 20, chegou ao povoado um migrante de nome desconhecido, que estabeleceu uma hospedaria para as pessoas que se deslocavam em direção às feiras dos povoados vizinhos. Esse migrante teria convidado os frades capuchinhos, Frei Herculano e Frei Martinho para pregarem as Santas Missões no povoado.

Festas tradicionais e atrativos turísticos encantam visitantes

As escrituras rupestres na zona rural (nas comunidades dos sítios Camucá e Gameleira), as trilhas rurais, além de uma variedade de eventos compõem os atrativos turísticos da cidade de Belém. O turismo se destaca ainda com a festa de São Pedro, realizada em julho e reconhecida como uma das maiores celebrações do interior paraibano. O evento faz parte do Circuito Junino do Brejo e conta com shows musicais e gastronomia regional.

Outro exemplo é a “Sexta Cultural e a Feira de Arte, Artesanato e Gastronomia” que acontece na praça central, com atividades culturais, shows musicais, apresentações de violeiros e repentistas, barracas de artesanato, gastronomia regional entre outrasatrações voltadas a divulgar a cultura popular nordestina.

Já a prévia carnavalesca Bloco Risca Faca, visa conscientizar moradores do bairro da Luz sobre a importância de uma cultura de paz. Além destes, há o Festival de Quadrilhas Juninas que acontece, anualmente, na abertura da Festa de São Pedro de Belém, reunindo quadrilhas juninas da Paraíba e Rio Grande do Norte. A cidade recebe ainda o São João do Sítio Serraria, na zona rural, criado, em 2003, pela comunidade local.

A Rota Cultural Raízes do Brejo, por sua vez, está entre os eventos mais aguardados. Ela acontece em outubro e possui uma programação que inclui shows musicais, exposição de artesanato, atividades esportivas, visita a engenho, trilhas ecológicas, gastronomia regional e várias oficinas culturais e educativas.

Belém se destaca ainda pelo seu aniversário de Emancipação Política, no dia 6 de setembro, evento que todos os anos, possui uma programação especial durante todo o dia e shows na praça à noite. O município também homenageia a sua padroeira, Nossa Senhora da Conceição, durante a Festa da Conceição.

Turismo de aventura

A cidade também é conhecida pela Trilha Ecológica “Pedra do Cordeiro”, na formação rochosa distante pouco mais de 1 km do Centro de Belém. Na trilha, o visitante depara-se com a vegetação típica da caatinga, como o xique-xique e o mandacaru. No topo da colina, onde se encontra um cruzeiro, tem-se uma vista panorâmica da cidade e das montanhas características do Brejo paraibano.

Outra atividade é a Trilha Ecológica “Parque São Luís”, também chamado de Parque José Luís, construído com materiais recicláveis, em referência ao idealizador do parque de diversões, o José Freire, conhecido como “Sr.Luís” – idoso que construiu em sua propriedade, no topo de uma serra, o parque para as crianças da comunidade do Sítio Lagoa de Serra, distante cerca de dois quilômetros do Centro.

Em Belém, existe ainda a rampa de Voo Livre que atrai praticantes de parapente e asa-delta. A rampa está localizada próxima ao Assentamento Nossa Senhora de Fátima, distante nove quilômetros do Centro de Belém.

Locais mais visitados

Um dos espaços procurados é a Igreja Nossa Senhora da Conceição, inaugurada oficialmente no ano de 1934. O templo católico está localizado a poucos metros da sede da Prefeitura de Belém. Outro local é o Abrigo de Idosos Bom Pastor, construído pelo Padre Pedro Gomes Bezerra(in memoriam).

Além destes, existe o Engenho Retiro, situado em uma região rural e fundado no início do século 20. Ele está localizado na Fazenda Retiro, distante 13 quilômetros do centro de Belém. O engenho possui a casa principal (casa grande) edificada em 1920 e As igrejas da cidade de Belém são muito procuradas pelos turistas produz a Cachaça D’dil.