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Aldeia Camurupim, um paraíso em terras potiguaras

Aldeia Camurupim, um paraíso em terras potiguaras

Ainda pouco conhecida pelas rotas do turismo paraibano, aldeia está localizada a aproximadamente 70 Km de JP

Camurupim é uma das inúmeras aldeias da tribo dos índios potiguaras em território paraibano e está localizada ao norte e a aproximadamente 70 Km de João Pessoa. O local é distrito do município de Marcação e está situado às margens do rio Sinimbu, que se conecta com a Barra de Mamanguape, local de preservação do peixe-boi-marinho.

Ainda pouco conhecida pelas rotas do turismo paraibano, o acesso à aldeia Camurupim é muito fácil. Além de toda a ajuda de aplicativos que utilizam orientação via satélite, a rota é bem sinalizada. Saindo da PB 041, a estrada é boa e transitável, apesar de ainda ser de terra e barro. Apenas um pequeno trecho, próximo à comunidade, tem calçamento. Ainda assim, é bem frequentada por pessoas que buscam lazer no turismo ecológico e se fartar das delícias da gastronomia local.

No centro da aldeia, às margens do rio Sinumbu, encontra-se o porto de onde saem diariamente barcos de pesca, de passageiros e canoas a motor que levam os turistas em inúmeros passeios apaixonantes pelas entranhas dos mangues e aldeias vizinhas.

“Passeios vão desde caminhadas pela Ilha do Amor a um gostoso banho de maré em frente a uma pequena capela na Praia de Coqueirinho do Norte, na aldeia vizinha de Acajutibiró”

Os passeios vão desde caminhadas pela Ilha do Amor a um gostoso banho de maré em frente a uma pequena capela na Praia de Coqueirinho do Norte, na aldeia vizinha de Acajutibiró. Outra dica interessante é conhecer a ReserFotos: Sebastian Fernandes No centro da aldeia, às margens do rio Sinimbu, encontra-se o porto de onde saem diariamente barcos e canoas que levam os turistas para passeios apaixonantes va do Peixe-Boi-Marinho, uma vez que é muito comum ver esses animais nadando livremente entre os banhistas. O custo do passeio fica em média R$ 100 para oito pessoas (capacidade da canoa).

Quanto à receptividade, os indígenas são bastante acolhedores, desde que o turista venha respeitando as regras da aldeia, que não permite som alto, baderna, brigas e bebedeiras. É bom sempre lembrar que o território é indígena e a autoridade maior do local é o cacique.

Para quem busca hospedagem, a aldeia conta apenas com a Pousada Camurupim, que é bastante segura e confortável.

Quanto aos bares e restaurantes, a aldeia dispõe de apenas dois de médio porte: Bar e Restaurante do Macarrão e Bar e Restaurante do Tingo. Ambos com cardápios diversificados à base de frutos do mar.

Com uma população de aproximadamente 302 famílias, onde vive praticamente da pesca, cultivo de camarões e de alguns comércios locais, o povo potiguara é bastante acolhedor e, apesar da influência midiática, os costumes indígenas ainda são muito fortes. A exemplo das histórias e costumes que são passados pelos mais antigos aos mais novos, como o toré, confecção de ornamentos, armamentos, instrumentos de percussão indígena, como também lendas, contos e histórias do povo potiguara.

“A tradição indígena aqui é muito forte e mais prestigiada que as outras”, relata o índio Marinaldo Alfreto Cândido, 59, se referindo aos demais eventos sociais e religiosos que acontecem todos os anos na aldeia, a exemplo da festa da padroeira, carnaval, São João, entre outros. Marinaldo, que já foi cacique da tribo, é atualmente casado com a índia Maria José Gomes Cândido e mora com três filhos. Apesar de trabalhar como porteiro de uma escola da rede estadual de ensino, Marinaldo mantém a cultura do seu povo muito viva e ainda confecciona, com a devida maestria, cocares, apitos, chapéus, colares, instrumentos de percussão indígena e ferramentas de caça e pesca.

Mas a aldeia também é habitada por parentes de pessoas que constituíram famílias com índios e com o passar do tempo absorveram a cultura local e hoje se consideram parte da nação potiguara, como é o caso de dona Iraci Silva Vitorino, 77, natural de Guarabira, que chegou a aldeia com apenas 16 anos de idade. Dona Iraci relata que nessa época os índios ainda moravam em ocas e não havia energia elétrica, mas que o local sempre foi muito seguro e de um povo respeitador. Dona Iraci relata ainda que fez muitos amigos e que até hoje é muito bem acolhida pelos índios e que os considera como irmãos.