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Pilões: cidade das flores e cachoeiras

Pilões: cidade das flores e cachoeiras

Município, que integra a Rota Caminhos do Frio, aglutina atrativos naturais e ganha o Museu Arqueológico

Cortado por rios, cachoeiras e prestes a comemorar os 70 anos de emancipação política, o Pilões é detentora da Pedra do Cruzeiro, com cerca de 200 metros de altura, situado na Serra do Espinho. A formação rochosa atrai os praticantes do turismo de aventura, colocando a cidade como sede do maior rapel do estado. Com esses e outros atrativos, o município brejeiro irá receber, a partir de amanhã até domingo, a 18ª edição da Rota Cultural Caminhos do Frio, que esse ano destaca a literatura de cordel.

Segundo o secretário executivo de Turismo de Pilões, Jaime Souza, que também é presidente do Fórum de Turismo do Brejo Paraibano, a cidade possui vários atrativos naturais. “As pessoas podem fazer trilhas ecológicas e praticar o maior rapel do estado, que está lá, na Pedra do Cruzeiro”, frisou.

A cidade será a segunda a receber a Rota Cultural Caminhos do Frio. De acordo com a prefeita Maria do Socorro Santos Brilhante, os 6.815 habitantes pilonenses estão preparados para se divertir e recepcionar os visitantes. “Nos preparamos com muito entusiasmo, como sempre, para essa festa cultural que a população já aprendeu a amar de verdade. Acho a festa mais linda do ano, depois da emancipação política, que é o aniversário da cidade. Mas, no calendário, antes vem o Caminhos do Frio, que esse ano traremos uma novidade”, salientou. Socorro Brilhante afirmou que, nesse primeiro dia de festa, às 16h, ocorrerá a inauguração do Museu Arqueológico, projeto que vai sair do papel após 13 anos de idealização. “Convidamos toda a população, e todos que puderem, para participar da inauguração do nosso Museu Arqueológico. Ele vai ser inaugurado na abertura da Rota Caminhos do Frio”, ressaltou.

Toda cidade já se enfeitou para as comemorações do período mais frio do ano, em que várias cidades do Brejo, que já apresentam temperaturas amenas constantemente, registram queda nos termômetros. Como ocorreu nas demais edições, a festa na rua contará com a montagem de um pavilhão, onde ficará o palco para as apresentações culturais, em pleno centro da cidade. Os festejos se realizam em frente à Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, unindo, em um único cenário, a comemoração do povo e a casa das celebrações religiosas.

“Estamos prontos para receber todo mundo. Se Deus quiser, a população pilonense, o povo da região do Brejo e os turistas, que são o intuito do Caminhos do Frio, irão se alegrar com essa festa, que chamo de nossa. Para se ter ideia, já recebemos pessoas até do exterior”, declarou.

Toda cidade já se enfeitou para as comemorações do período mais frio do ano, em que várias cidades do Brejo, que já apresentam temperaturas amenas constantemente, registram queda nos termômetros. Como ocorreu nas demais edições, a festa na rua contará com a montagem de um pavilhão, onde ficará o palco para as apresentações culturais, em pleno centro da cidade. Os festejos se realizam em frente à Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, unindo, em um único cenário, a comemoração do povo e a casa das celebrações religiosas. “Estamos prontos para receber todo mundo. Se Deus quiser, a população pilonense, o povo da região do Brejo e os turistas, que são o intuito do Caminhos do Frio, irão se alegrar com essa festa, que chamo de nossa. Para se ter ideia, já recebemos pessoas até do exterior”, declarou.

A prefeitura acrescentou que além da programação do Caminhos do Frio, as pessoas poderão aproveitar para passear pela cidade e conhecer os pontos turísticos como os antigos engenhos, a Cachoeira de Ouricuri, a Cachoeira da Manga, a Pedra do Espinho, tradicional ponto de promessa local, e o Memorial Casa de Farinha. “Inclusive, estamos dando uma força às mulheres empreendedoras de lá, na restauração do telhado, que caiu, e a gente está fazendo um novo teto. Mas, quem for à cidade não vai se arrepender. Pilões é bela, é aquela coisa linda do Brejo, que chama a atenção pelo verde”, completou Socorro.

Projeção com cultivo e comércio de plantas

A cidade de Pilões também ficou conhecida como “Cidade das Flores”, pela grande plantação de flores que cultivava como crisântemos, margaridas, gladíolas e rosas. Mas, com a pandemia que assolou o comércio e empreendimentos de inúmeros brasileiros, esse negócio teve uma queda brusca, estando em fase de readaptação para outro tipo de cultivo. “A gente precisa resgatar essa tradição, porque todas as tradições em Pilões são importantes”, disse a prefeita Socorro Brilhante.

Festa

O secretário executivo de Turismo de Pilões, Jaime Souza, que também é presidente do Fórum de Turismo do Brejo Paraibano, afirmou que a programação musical do Caminhos do Frio, na cidade, contará com atrações locais e nacionais. Um dos nomes enfocados foi o do poeta cordelista, Bráulio Bessa.

“A cada ano, a prefeita Socorro Brilhante está investindo ainda mais em infraestrutura e na valorização de artistas locais e regionais. Esse ano, também estamos trazendo nomes de âmbito nacional. Devido ao tema desta edição, que celebra a literatura de cordel, convidamos Bráulio Bessa, pois estamos nos adaptando ao Caminhos do Frio. Também queremos ressaltar que a cultura não é valorizada apenas pela musicalidade, mas pela literatura de cordel, pela gastronomia, em tudo. Então, o Caminhos do Frio, como um todo, está se revestindo de cordel”.

Paisagens naturais e Memorial Casa da Farinha atraem muitos turistas

As cachoeiras, do Ouricuri e da Manga, são uns dos pontos bastante visitados em Pilões. Além de poder aproveitar as águas dos atrativos naturais, as pessoas ainda podem contemplar a paisagem, rodeada de pedras e a vegetação típica da região.

Para ajudar na preservação de Ouricuri, é cobrado na entrada de cada visitante uma taxa de R$ 3, além de R$ 5 por carro e R$ 3 por moto estacionada. O lugar é propício a acampamentos e encontros em família. A Cachoeira de Ouricuri fica situada a cinco quilômetros do centro de Pilões.

Já a Cachoeira da Manga está localizada a aproximadamente 12 quilômetros da cidade. Ela possui as mesmas características de Ouricuri, e o acesso ao espaço é gratuito.

Memorial

O Memorial Casa de Farinha é outro ponto turístico de Pilões. A casa é testemunho dos tempos das antigas propriedades rurais, que fabricavam farinha de mandioca em maquinários rudimentares. Durante o passeio, o visitante poderá conhecer como se dava a produção artesanal desse alimento, feito à base de macaxeira.

Economia foi marcada pelo apogeu da cana-de-açúcar e monoculturas

Situada a 115 quilômetros de João Pessoa, e distante apenas 70 quilômetros de Campina Grande, Pilões é um município paraibano localizado na Mesorregião do Agreste do estado e na microrregião do Brejo. O lugar apresenta vários rios perenes, cachoeirase córregos que compõem a bacia hidrográfica do rio Mamanguape

No passado, baseou sua economia no plantio da cana-de-açúcar, investindo na fabricação de rapadura e cachaça. O plantio de banana, urucum, caju, com exploração voltada para a castanha, da mandioca, a criação de rebanhos bovinos e caprinos também marcaram a economia.

Vários ciclos econômicos se destacaram ao longo da história da cidade, tendo a agricultura como a principal atividade econômica. O primeiro, ocorrido no final do século 19 e grande parte do 20, foi o da cana-de-açúcar. Já a fase do café – menos signifcativa, teve lugar na economia de Pilões nas primeiras décadas do século passado, período em que a região foi um importante produtor dessa cultura.

Em meados do século 20, Pilões se dedicou à plantação de sisal, seguindo a tendência mundial, uma vez que o produto alcançava valorização de preço na Europa e nos Estados Unidos. Porém, o cultivo deste produto, bem como o do café, perdeu espaço para os canaviais, visto em abundância no território da cidade na década de 1970.

Dessa forma, foram abertas as fronteiras agrícolas para o predomínio dos engenhos, que fabricavam rapaduras, açúcar, cachaça e aguardente. Até os anos 1960, a cidade contava com 26 engenhos em atividade, época em que foram sendo substituídos, gradativamente, pelas grandes usinas.

A partir de então, os engenhos se tornaram meros fornecedores de matéria-prima para essa nova indústria sucroalcooleira, tendo destaque a Usina Santa Maria, de Areia, que atingiu seu ápice de produção em 1979. Porém, na década de 80, a Santa Maria entrou em decadência, fechando as portas em 1994.

Esse fato provocou a pior fase econômica de Pilões. Os produtores passaram a investir na cultura da banana, criação de gado. Mais tarde agregaram o cultivo da mandioca, do urucum e do caju (explorando a castanha) e pequenos empreendimentos voltaram-se à fabricação de produtos cerâmicos.

Até antes da pandemia de Covid-19, a cidade se destacava pelo cultivo de flores, chegando a produzir de 200 a 400 pacotes de flores por semana. O produto era vendido para a Paraíba e estados vizinhos, a exemplo de Pernambuco e Rio Grande do Norte. Mas, após a pandemia, esse cultivo entrou em forte crise.