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Picuí no mapa do turismo brasileiro

Picuí no mapa do turismo brasileiro

Município foi bem avaliado pelo Ministério do Turismo também pela sua gastronomia

Se você gosta de viajar e de superar seus limites, o município de Picuí, localizado no Seridó oriental da Paraíba, é uma excelente opção de turismo de aventura. A cidade também apresenta a maior concentração de sítios arqueológicos da região, possuindo grande potencial turístico no setor. Além disso, é conhecida pela tradicional “Festa da Carne de Sol”. Esses são alguns fatores que a fizeram ser incluída no Mapa do Turismo Brasileiro 2019-2020, onde 68 cidades da Paraíba estão listadas. Ao todo, 2.694 municípios, divididos em 333 regiões turísticas do país, foram validados pelo Ministério do Turismo.

O “vulcão” Picuí, localizado na Serra Saco do Inferninho, é o principal destino dos amantes de aventura. Situada a 21km da cidade, a Serra foi formada há milhões de anos, a partir de um extravasamento ou derrame de lava. É possível chegar ao topo, por uma trilha de nível moderado a difícil, com duração de 30 minutos. A Prefeitura de Picuí firmou uma parceria com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) para realizar a catalogação dos sítios arqueológicos do município. Até o momento, o arqueólogo da UEPB, Dr. Juvandi de Souza, identificou nove sítios com presença de gravuras rupestres e alguns com gravuras e pinturas. Esse complexo, provavelmente, será a primeira área arqueológica do município de Picuí a ser aberta à visitação pública. Além disso, a Prefeitura de Picuí fornecerá um curso de condutor de turismo em unidade de conservação local.

Localizado a 226km de João Pessoa, o município de Picuí possui uma área territorial de 667,714 km² e uma população estimada de 18.737 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No dia 9 de março, Picuí completará 118 anos de emancipação política.

Picuí

apresenta a maior concentração de sítios arqueológicos da região, com grande potencial turístico no setor

Mineração

Picuí é predominantemente rico em recursos minerais, colocando o município em destaque na região do Seridó. Os principais minérios são: tantalita, xelita, berilo, caulim, calcedônia, barita, urânio, sendo quartzo rosa e branco; mica, albita e feldspato os minérios mais explorados. O geógrafo Olivânio Remígio, atual prefeito de Picuí, revela que a cidade despertou o interesse dos norte-americanos, durante a Segunda Guerra Mundial, devido a existência de minerais estratégicos para a produção de materiais bélicos. “Tal potencialidade mineralógica proporcionou a vinda de vários geólogos e engenheiros americanos para estudarem os pegmatitos do Seridó paraibano e potiguar”, relembrou.

Economia

Em relação à economia, Picuí é uma cidade polo que oferta diversos serviços, principalmente o setor comercial, sendo responsável por 50% da receita produzida do município. Por se encontrar em uma área de diminuição de altitude, tem por característica o bioma caatinga, no qual se divide em três microclimas: seridó, caatinga e serrano. Este último favorece a agricultura de irrigação, com destaque para caju, maracujá, pinha e graviola.

A pecuária também se destaca principalmente na criação de bovinos, sendo a carne de sol o produto mais comercializado na região. De acordo com o prefeito, a cidade está se preparando para receber empresas de energias renováveis, pois apresenta condições favoráveis à instalação dessas unidades. Tanto é que a Prefeitura de Picuí está ofertando cursos de capacitação para que o cidadão esteja habilitado a concorrer a vagas nessas empresas. “Serão instaladas empresas de energias solar e eólica que, juntas, ofertarão mais de dois mil empregos. Isso implicará em um ‘boom’ na economia”, declarou.

Festa do padroeiro é a mais tradicional da cidade

O evento mais tradicional de Picuí é a do padroeiro da cidade, São Sebastião. Durante os 10 dias de festividades, acontecem na programação alvoradas, giros, procissão da bandeira, leilão e procissão de encerramento, com a participação da centenária Filarmônica Coronel Antônio Xavier. Nesse período, são desenvolvidas várias atividades religiosas e culturais, contribuindo para o aquecimento da economia local em diversas atividades comerciais.

O Festival de Carne de Sol se tornou tão conhecido que Picuí ganhou o título de “capital da carne de sol”. No entanto, nos últimos anos o evento não tem sido realizado em virtude da pandemia. A secretária de Turismo, Fabiana Agra, ressalta a importância desse evento para a cultura do município. O festival foi instituído em 1997 e se tornou um dos mais conhecidos de cunho gastronômico no interior da Paraíba, tanto que consta no calendário turístico do Estado.

Infraestrutura

A Prefeitura, através do Programa Picuí Cidade Nova, está realizando algumas ações de mobilidade urbana, principalmente em áreas maisvulneráveis que não recebiam investimentos. Diversas ruas estão sendo pavimentadas, revitalizadas e novos acessos estão sendo construídos, facilitando a mobilidade urbana.

Em relação à educação existem 16 escolas municipais, que somam 3.500 alunos matriculados. Na saúde há nove unidades de atendimento, o Centro Municipal de Especialidades, que oferece o serviço de pequenas cirurgias; e um Centro de Atenção Psicos – social (Caps), que atende a população de Picuí e redondezas.

O Festival de Carne de Sol foi instituído em 1997, tornou-se um dos mais conhecidos de cunho gastronômico no interior da Paraíba e deu à cidade o título “Capital da carne de sol”

Filho ilustre

Natural de Picuí, o artista autodidata José Crisólogo da Costa residia em João Pessoa desde 1964. Ele tornou-se famoso por suas pinturas, especialmente as da soberba “Série Bovina”, através da qual homenageia e, também, exorciza a figura do boi, vértice da chamada “Civilização do Couro”, dos sertões brasileiros.

Segundo informações do site Paraíba Criativa, Crisólogo chegou a fazer parte do Clube da Gravura – uma entidade cultural sem fins lucrativos, que propõe a experimentação, pesquisa, preservação, divulgação e ensino da gravura, através de cursos, exposições e palestras. Ele desenhou a história da gravura no Estado juntamente com outros profissionais renomados. Inicialmente pintava em telas, mas em seus últimos trabalhos, optou pela arte popular, produzindo cenários para teatro, bonecos para carnaval e esculturas para ambiente. Suas exposições passaram a ser ao ar livre. Em novembro de 2019, o artista faleceu vítima de um câncer de próstata, aos 69 anos.