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Caaporã – Indígenas foram primeiros moradores

Caaporã – Indígenas foram primeiros moradores

Nome significa “boca da mata”, mas atualmente a população se concentra na zona urbana do município

“Boca da Mata”. Esse é o significado da palavra Caaporã. O lugar foi ocupado pela Tribo Caetés, que permaneceu na região até meados do século 18. Em 1800, o município pertencia ao Coronel Monteiro e o Engenho Tabu pertencia à família do Coronel Miranda. Por volta de 1840, o local passou a servir de passagem para viajantes procedentes de Goiana que seguiam destino às praias de Pitimbu e Acaú. Em 1918 a propriedade foi vendida ao Coronel Alberto Lundgren, que posteriormente fixou residência na fazenda Tabu, já habitada por escravos. A emancipação política aconteceu em 27 de dezembro de 1963.

Distante aproximadamente 50 quilômetros de João Pessoa e com cerca de 20 mil habitantes, segundo dados do IBGE de 2010, Caaporã tem a maior parte da população instalada na zona urbana. Localizada no Litoral Sul do estado, faz divisa com Alhandra ao norte, Pitimbu a leste, Pedras de Fogo a oeste e Goiana (PE) ao sul. Em novembro de 1977 o governador do Estado da Paraíba, Ivan Bichara, cria o Distrito de Cupissura, pertencente à cidade.

A economia local gira em torno da agricultura familiar, da pesca do caranguejo e da cana-de-açúcar. A feira livre aos sábados também movimenta a cidade, escoando tudo que é produzido na região. Quem frequenta sabe que as compras são certeza de satisfação, que diga a professora aposentada Lúcia Santos. “O que chama a atenção são os nossos produtos agrícolas vindos daqui mesmo, é tudo fresquinho, novinho que os produtores mesmos plantam e levam direitinho para a feira”. Cordelista, poetisa e escritora, com dois livros sobre o município lançados, Lúcia é uma apaixonada pelo lugar, embora tenha nascido em Goiana. “Eu me considero de Caaporã”, diz,

Outro traço da economia leva em consideração o artesanato que em Caaporã é feito da fibra do coqueiro. Mas não é só, as bonecas de pano, o trabalho com crochê e a artetalhada na madeira conferem personalidade e beleza ao trabalho manual produzido na cidade.

Os caaporãenses são sorridentes e receptivos, costumam receber bem os visitantes que frequentam o município nos períodos festivos ou durante a realização de eventos esportivos.

E se o assunto é esporte, a cidade vai muito bem, obrigada. Caaporã realiza grandes eventos, muitos já inseridos no calendário oficial, comoos torneios de futebol de campo e voleibol. Mas não é só, acontece na cidade também a meia maratona e o torneio de futevôlei. “Nesses eventos Caaporã recebe visitantes de Pitimbu, Alhandra, Conde e todo o Litoral Sul. Pedras de Fogo também participa, e como estamos na divisa, recebemos também moradores de Goiana, que vem tanto para prestigiar quanto para participar dos eventos”, destaca Linduart Correia, secretário de Esportes do município.

E se o esporte é forte no lugar, a construção de um ginásio coberto com vestiário no terreno remanescente na Escola ECI Aurélia Mara da Costa,em 2020, caiu como uma luva. O investimento do Governo do Estado girou em torno de RS 635 mil, beneficiando não só os estudantes, mas toda a comunidade.

Festividades e pontos turísticos atraem multidões

Cachoeira, rios, açude. Caaporã é a cidade do Porto Congaçari, que convida a um banho e a uma boa pescaria. Das raízes dos manguezais e do solo alagadiço são retirados os caranguejos que, quando preparados na água e sal ou no leite de coco, viram verdadeiras iguarias. Impossível resistir a essa delícia da culinária local. A cachoeira do Tiririca é outro belo atrativo que merece uma visita, inclusive durante os meses de chuva, quando o volume de água aumenta. No local,uma espécie de balneário, moradores e visitantes aproveitam para, além do banho, fazer piqueniques e curtir a sombra deliciosa das árvores.

O açude Passassunga, também conhecido como açude Grande, éoutro cartão postal. Cercado de vegetação, o lugar possui vários pontos para banho e é ideal também para fazer boas fotos, daquelas que vão direto para as redes sociais. Outro ponto interessante, a antiga Fazenda Tabu, tem relação com a história. Quem conhece o local volta no tempo, quando Caaporã dava seus primeiros passos rumo ao desenvolvimento. Ebem no coração da cidade, é possível perceber a vibração das cores na praça do Colorido, lugar de lazer, integração e saúde.

Para além das belezas históricas e naturais existe festa. Não há como negar que o caaporãense éum povo festeiro e a constatação pode ser feita durante os festejos juninos, quando uma multidão se reúne para celebrar São João e São Pedro. As festas de São Sebastião, Nossa Senhora da Conceição, a do Caranguejo e a Cavalgada Ecológica são também responsáveis por reunir milhares de pessoas.

Filhos ilustres

Quando o assunto são os filhos ilustres, Lúcia Santos elenca alguns dos nomes os quais considera relevantes no município. “Temos vários, mas vou destacar os que estão vivos. José Domício Coutinho, que mora há anos nos Estados Unidos onde tem a Biblioteca Brasileira em Nova Iorque; Eunice Maria da Conceição, que está com 115 anos; Angelita Ferreira, 98 anos, também é filha de ‘Boca da Mata’, e Joaquim Cândido Barbosa, que tocava rabeca nos cavalos marinhos de outrora”, pontuou.