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Uma em seis crianças brasileiras até 5 anos tem excesso de peso

Uma em seis crianças brasileiras até 5 anos tem excesso de peso

Quase metade das crianças de 2 anos de idade já experimentou sucos adoçados, refrigerantes e biscoitos. O consumo desses alimentos é cada vez mais precoce no Brasil.

Crianças com menos de 2 anos chegam a ter praticamente a metade da sua alimentação diária composta por produtos industrializados. São farináceos, bebidas lácteas, refrigerantes, biscoitos.

Por isso, o Ministério da Saúde lançou no último dia 13 uma campanha de prevenção à obesidade infantil. O objetivo é alertar e orientar as famílias sobre a importância da formação de hábitos saudáveis na infância. Foi lançada também uma nova versão do guia alimentar para bebês.

Nos últimos 13 anos, o porcentual de obesos no país passou de 11,8% para 19,8%. Foi um aumento de 67,8%, um dos maiores índices de crescimento no mundo.

Já está bem estabelecido cientificamente que o excesso de peso pode causar doenças crônicas como diabete, hipertensão e colesterol alto. Também é fator decisivo para o desenvolvimento de problemas cardíacos e câncer.

A má alimentação desde a primeira infância tem causas múltiplas, como indicam especialistas. Um dos maiores problemas está relacionado ao aleitamento materno.

O recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é que bebês de até 6 meses se alimentem exclusivamente do leite materno.

Dados do governo brasileiro mostram, no entanto, que duas em cada três crianças com menos de 6 meses já recebem algum outro tipo de leite, em geral acrescido de alguma farinha e açúcar.

“A amamentação previne a obesidade na idade adulta, as crianças amamentadas têm menos chances de se tornarem adultos obesos”, afirmou Boccolini. “Mas, além disso, a complementação alimentar dos bebês deve ser feita com comida de verdade —, feijão, carne, legumes e verduras.”

Alguns obstáculos são a pouca disponibilidade das mães que precisam trabalhar e o alto preço dos alimentos mais saudáveis. “O paladar das crianças na hora de descobrir o açúcar é muito aguçado”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que lançou a campanha no Rio.

“O leite materno tem menos proteína que o leite de vaca, mas é uma proteína de qualidade superior. Quando tira a o leite materno, a criança recebe um excesso de proteína que já favorece o ganho de peso”,

afirma o nutricionista Marcio Atalla, embaixador da campanha do ministério.

“Além disso, tem muita criança com menos de 2 anos tomando refrigerante, comendo biscoito; um excesso de caloria que ela não gasta nessa idade e vai reverter no sobrepeso.”