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Pesquisa revela “sapos alpinistas”, que usam tocas em árvores a 3 m de altura

Pesquisa revela “sapos alpinistas”, que usam tocas em árvores a 3 m de altura

Descoberta muda visão sobre hábitos do anfíbio, conhecido por habitar o solo e locais alagados

O que começou como uma pesquisa sobre ratazanas e morcegos acabou como uma surpreendente descoberta sobre a vida dos sapos no Reino Unido. Cientistas da Universidade de Cambridge investigavam tocas nas cavidades de grandes árvores e acabaram com uma amostra de 50 anfíbios encontrados nestes locais, às vezes a uma altura de três metros do solo, algo considerado inesperado.

Sapos são anfíbios terrestres, e normalmente vivem em áreas úmidas e mesmo dentro d’água, por isso a descoberta dos britânicos causa espanto ao revelar um hábito até então desconhecido destes animais, o que reforça a importância de árvores antigas e bem desenvolvidas como micro hotspots de biodiversidade.

“Não podíamos acreditar no que encontramos. Estamos acostumados a descobrir pássaros da floresta e outros pequenos mamíferos nas caixas-ninho, mas não pensamos em encontrar anfíbios nelas”, afirma Nida Alfulaij, gerente de pesquisa de conservação da People’s Trust for Endangered Species, ao jornal The Guardian.

A população de sapos comuns vem caindo drasticamente no Reino Unido, a uma taxa de 68% em média nos últimos 30 anos. A migração em massa durante a primavera torna o sapo comum a espécie de vertebrado mais vulnerável à mortalidade nas estradas europeias.

Os pesquisadores ainda não conseguem dizer com precisão a razão destas escaladas dos sapos pelas árvores, mas os palpites iniciais apontam para a procura por comida ou abrigo de predadores.

“Pesquisas direcionadas permitirão entender melhor as razões desse comportamento e o impacto no manejo da floresta para sapos comuns e outros anfíbios”, afirma Silviu Petrovan, pesquisador do departamento de zoologia da Universidade de Cambridge e autor do estudo.