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OMS alerta para perigos de toneladas de lixo hospitalar da pandemia

OMS alerta para perigos de toneladas de lixo hospitalar da pandemia

Especialistas sugerem medidas sustentáveis para lidar com os resíduos gerados na pandemia em prol da saúde da população e do meio ambiente

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado nesta terça-feira (1º/2), mostra como os resíduos hospitalares gerados durante a pandemia da Covid-19 expõem a saúde da população e a integridade do meio ambiente. O documento chama a atenção para a necessidade urgente de criar melhores práticas de descarte do material.

Estima-se que dezenas de milhares de toneladas de materiais hospitalares – incluindo máscaras descartáveis, equipamentos de proteção individual (EPI), seringas e testes de detecção do coronavírus – colocaram uma enorme pressão nos sistemas de gerenciamento de resíduos de saúde em todo o mundo.

“O problema expõe os profissionais de saúde a ferimentos com agulhas, queimaduras e micro-organismos, além de impactar as comunidades que vivem perto de aterros mal administrados e locais de descarte de resíduos por meio do ar contaminado pela queima dos produtos, má qualidade da água ou pragas transmissoras de doenças”, informou a OMS.

Os autores do levantamento destacam que mais de 140 milhões de kits de teste (cerca de 2.600 toneladas de resíduos não infecciosos) e 731 mil litros de resíduos químicos (equivalente a um terço de uma piscina olímpica) foram produzidos durante o período.

Há ainda o lixo gerado após a aplicação de mais de 8 bilhões de doses de vacinas em todo o mundo, resultando em 144 mil toneladas de resíduos na forma de seringas, agulhas e caixas de segurança.

De acordo com a agência internacional, 30% das instalações de saúde – 60% delas localizadas nos países menos desenvolvidos – não estão preparadas para lidar com os resíduos que geram diariamente e “muito menos com a carga adicional da Covid-19”.

“É absolutamente vital fornecer aos profissionais de saúde o EPI certo. Mas também é vital garantir que ele possa ser usado com segurança e sem afetar o meio ambiente”, disse o diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan.

Recomendações

A OMS faz uma série de recomendações para solucionar o problema, com práticas mais seguras e sustentáveis para o meio ambiente apoiadas por políticas e regulamentações nacionais fortes, monitoramento, apoio à mudança de comportamento e desenvolvimento da força de trabalho, e aumento de orçamentos e financiamento.

As práticas incluem ainda o uso de embalagens ecológicas, a distribuição de EPIs seguros e reutilizáveis e de materiais recicláveis ​​ou biodegradáveis. A organização também pede o investimento em tecnologias de tratamento de resíduos sem queima, como autoclaves e investimentos no setor de reciclagem.