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Olimpíadas de Paris serão as primeiras sem uso de plástico descartável, anuncia prefeitura da cidade

Olimpíadas de Paris serão as primeiras sem uso de plástico descartável, anuncia prefeitura da cidade

Os Jogos Olímpicos de Paris em 2024 serão a primeira edição do evento a banir completamente o uso de plástico descartável. O anúncio foi feito pela prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo, nesta sexta-feira.

“Decidimos fazer dos Jogos Olímpicos o primeiro grande evento sem plástico descartável”, disse Hidalgo em entrevista coletiva durante uma sessão do Fórum Internacional de Prefeitos contra a Poluição Plástica, segundo divulgou a Reuters.

No evento, que acontece entre julho e agosto de 2024, o público das competições será admitido apenas sem garrafas de plástico. A Coca-Cola, patrocinadora oficial das Olimpíadas, distribuirá seus produtos em garrafas de vidro reutilizáveis e mais de 200 fontes de refrigerante, que serão reaproveitadas após os jogos.

Até mesmo nas competições que requerem uso de líquidos esse cuidado será observado: na maratona, quando os atletas recebem bebidas durante a longa corrida, serão utilizados copos reutilizáveis.

Os organizadores das Olimpíadas de Paris disseram ainda que querem reduzir pela metade a pegada de carbono em comparação com os Jogos do Rio em 2016 e Londres em 2012.

ONU quer reduzir poluição plástica em 80%

O plástico é considerado um dos grandes problemas ambientais da atualidade. “A cada ano, 14 mil mamíferos e 1,4 milhão de aves marinhas são mortos devido à ingestão de resíduos plásticos”, observou a prefeitura de Paris no comunicado oficial sobre a proibição dos plásticos descartáveis.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) divulgou recentemente um relatório dizendo que os países poderiam reduzir a poluição plástica em 80% até 2040 usando tecnologias existentes e fazendo grandes mudanças nas políticas de gestão de resíduos.

No documento, chamado “Fechando a Torneira: Como o mundo pode acabar com a poluição plástica e criar uma economia circular”, a agência da ONU pede três mudanças de comportamento no mercado para alcançar esse objetivo: reutilização, reciclagem, reorientação e diversificação dos produtos.

O PNUMA acredita que a mudança para a economia circular poderia resultar em US$ 1,27 trilhão em economia se considerados os custos e as receitas da reciclagem. E outros US$ 3,25 trilhões poderiam ser poupados com outros pontos como saúde, clima, poluição do ar, degradação dos ecossistemas marinhos e custos relacionados a litígios.

No total, a mudança também criaria mais 700 mil postos no mercado de trabalho até 2040 e a maioria nos países de baixa renda melhorando a vida de muitos trabalhadores informais.

Nesta semana, acontece justamente Paris uma segunda rodada de negociações internacionais para elaborar um tratado global destinado a eliminar o desperdício de plástico.