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Novos exames detectam precocemente o Alzheimer e permitem que pacientes tomem decisões sobre cuidados com a saúde

Novos exames detectam precocemente o Alzheimer e permitem que pacientes tomem decisões sobre cuidados com a saúde

Formas de rastreio detectam proteína característica da doença, que têm mais de 100 mil novos casos no Brasil todos os anos

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa conhecida por impactar negativamente muitos aspectos da qualidade de vida do paciente, sobretudo sua autonomia. O diagnóstico dessa condição em estágio inicial sempre foi um grande desafio para os especialistas. Porém, dois novos exames disponibilizados pelo Sérgio Franco e a CDPI, ambos da Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil, aumentam as chances de confirmação precoce da doença, permitindo que pacientes planejem melhor o futuro e os cuidados com a saúde a longo prazo.

Segundo José Leite, especialista em medicina nuclear da CDPI, os exames de sangue e imagem são indicados para pessoas que apresentam sintomas leves e pouco déficit cognitivo e vão rastrear a proteína beta-amiloide – uma espécie de “marca” do Alzheimer –, que se acumula no cérebro e prejudica a atividade dos neurônios, causando perda de memória e declínio da capacidade de aprendizado, comunicação, raciocínio e orientação no tempo e no espaço.

“A beta-amiloide é uma proteína que se deposita no cérebro do paciente com Alzheimer e começa a comprometer a função neurológica. Por isso, a presença dessas placas é um dos principais indícios de que essa condição está em desenvolvimento (até então, seu rastreio só era possível depois do óbito do paciente)”, disse José Leite.

O exame de imagem usado para o diagnóstico precoce é o PET amiloide florbetabeno (PET-CT com florbetabeno 18 F), que mede a carga de placa amiloide no cérebro, por meio da leitura do radiofármaco injetado no contraste usado do exame, que se unirá à proteína beta-amiloide que estiver presente no encéfalo de pacientes com Alzheimer.

Também é possível buscar pela presença da beta-amiloide por meio de exame laboratorial. Segundo Livia Avallone, patologista clínica do Sérgio Franco, o exame de sangue usa sua alta sensibilidade analítica para buscar dois tipos de proteína na amostra: beta-amiloide a 40 e a 42. Cabe ao médico que acompanha o paciente decidir qual exame é mais indicado para a avaliação do quadro, mas ambos precisam ser solicitados pelo neurologista.

Como é possível diagnosticar o Alzheimer?

De acordo com José Leite, a doença costuma se manifestar depois dos 65 anos, mas existem casos nos quais os primeiros sintomas podem surgir por volta dos 50. Segundo o Ministério da Saúde, são registrados mais de 100 mil novos casos da doença todos os anos no país, com um total de mais de 1,2 milhão de brasileiros com essa condição. De acordo com a estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2050, os portadores dessa demência podem chegar a 130 milhões.

Hoje, a forma habitual de rastrear essa condição se dá por meio da consulta clínica e do relato dos pacientes e familiares, momento em que o profissional analisa de perto as limitações apresentadas pelo paciente e realiza o exame neurológico cognitivo. Porém, nem sempre essa abordagem consegue oferecer a precisão necessária para confirmar que um paciente tem Alzheimer ou não.

Principais sintomas da progressão

Por ser tratar de uma doença progressiva, os sinais se agravam com o passar do tempo. Nas fases leves, observam-se falhas frequentes de memória; já nas fases moderadas, pode haver também dificuldade para realizar tarefas do dia a dia, como preparar o almoço. Nas etapas graves, o paciente torna-se dependente de outras pessoas para cuidar da higiene pessoal, alimentar-se e fazer outras atividades rotineiras.

Infelizmente, ainda não existe cura definitiva para o Alzheimer, mas é possível retardar seu progresso e preservar as funções cerebrais do paciente quando a condição é detectada precocemente, de modo que seja possível planejar o futuro e tomar decisões sobre os cuidados com a saúde a longo prazo.

“Quanto mais cedo o diagnóstico dessa condição for confirmado, melhor será o acompanhamento com o neurologista e outros profissionais, como fonoaudiólogo, psicoterapeuta com abordagens lúdicas e outras formas de preservar a mobilidade e o raciocínio. Além disso, a família consegue se preparar para o cuidado com o paciente e organizar uma rede de apoio”, afirmou José Leite.

Fonte:  Extra