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Mais da metade das espécies de palmeiras do mundo podem desaparecer

Mais da metade das espécies de palmeiras do mundo podem desaparecer

Das quase 1,9 mil espécies de palmeiras que existem no mundo, mais de 1,3 mil correm risco de extinção

Quando você pensa num paraíso, o que vem à mente? Se a resposta for praia, sombra, água fresca e muitas palmeiras, saiba que essas idílicas árvores estão em risco. O alerta vem de um novo estudo que recorreu à inteligência artificial (IA) para traçar um panorama mais nítido sobre o estado de conservação das palmeiras.

E os resultados não são nada animadores: das quase 1,9 mil espécies de palmeiras que existem no mundo, mais de 1,3 mil correm risco de extinção, segundo o estudo publicado nesta semana na revista Nature Ecology and EvolutionDentre elas, estão 185 espécies com usos documentados e de alta importância socioeconômica e ecológica, fornecendo comida, bebida e abrigo a milhões de pessoas.

As palmeiras são encontradas em 227 regiões pelo mundo e o nível de ameaça enfrentado pela maioria dessas plantas até agora não era claramente compreendido, embora elas constem na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. Com ajuda de ferramentas de inteligência artificial , os cientistas estimaram o risco de extinção na família das palmeiras, considerando a distribuição e a ecologia destas plantas, incluindo a saúde dos ecossistemas, ameaças climáticas e pressões humanas.

“Com essas previsões, podemos ajudar a priorizar a atividade de conservação e direcionar espécies para conservação nos países onde estão em maior risco”, disse Steven Bachman, líder de pesquisa da equipe de avaliação e análise de conservação do Jardim Botânico Real de Kew, no Reino Unido, à BBC. Entre as regiões prioritárias para a conservação das palmeiras, os cientistas citam Madagascar, Nova Guiné, Filipinas, Havaí, Bornéu, Jamaica, Vietnã e as ilhas Vanuatu, Nova Caledônia e Sulawesi, na Oceania e Indonésia.

Segundo o pesquisador, a crise da biodiversidade exige que tomemos medidas urgentes. “Precisamos usar todas as ferramentas à nossa disposição, como previsão e automação, para gerar avaliações rápidas e robustas”, reforçou. O trabalho foi desenvolvido por cientistas do Kew em parceria com Universidade de Zurique, na Suíça, e de Amsterdã, na Holanda. Com as avaliações preliminares do estado de conservação das espécies de palmeiras, os pesquisadores esperam cobrir possíveis omissões na Lista Vermelha, que serve de base para orientar políticas e medidas de conservação.