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Lixo espacial é preocupação de autoridades e agências espaciais mundo afora pelos riscos potenciais às atividades humanas

Lixo espacial é preocupação de autoridades e agências espaciais mundo afora pelos riscos potenciais às atividades humanas

Um problema cada vez maior, a produção de lixo pelos seres humanos não se limita somente ao seu acúmulo na superfície do globo terrestre. Cada vez mais tem-se alertado sobre os problemas causados pelo lixo espacial: peças de todos os tamanhos que viajam na órbita terrestre a uma velocidade de 28.000 quilômetros por hora.

Os detritos espaciais formados por satélites inoperantes, estágios de foguetes lançados e até mesmo ferramentas que caíram no espaço têm preocupado os cientistas e as agências espaciais internacionais, devido aos riscos que oferecem. O lixo se acumula desde o lançamento do primeiro satélite ao espaço: o Sputnik, lançado em 1957 pela então União Soviética.

Em março de 2023, um manifesto feito por cientistas e publicado na renomada revista Science faz um apelo para que se combata a quantidade de lixo espacial lançado para a órbita terrestre. Estima-se que haja algo entre 700 e 900 mil objetos de 1 a 10 centímetros, segundo a NASA e a ESA, viajando em alta velocidade, podendo se chocar com satélites, com astronautas ou até mesmo entrar na atmosfera terrestre.

São mais de 2.800 satélites inativados e quase 2 mil estágios de foguetes descartados flutuando pelo espaço – quando lançados em órbita alta, eles nunca caem, portanto, nunca são destruídos. Os principais problemas decorrentes são as colisões com satélites operacionais, o que pode danificar seriamente diversos sistemas, mas principalmente os de comunicação, como GPS, transmissões de TV, entre outros.

O lixo espacial também atrapalha novos lançamentos e a integridade de astronautas em expedições tripuladas. Não raro, essas partículas caem na Terra, porém nem sempre com grandes prejuízos, uma vez que a terra firme representa apenas 25% da superfície terrestre e, ainda assim, nem toda ela é habitada. Registra-se até hoje apenas uma pessoa atingida por um resíduo espacial.

No entanto, há registro de uma fase de um foguete – uma peça de 600 kg e 4 metros de comprimento – da SpaceX cair perto de uma casa no Paraná, mas sem vítimas. Há, contudo, tecnologias que visam amortecer a queda dessas partes, mas não é algo muito utilizado, ainda que agências espaciais como NASA e ESA tenham acordado medidas para que os riscos sejam diminuídos e monitorem muitas destas partículas.

Outro risco para a segurança da Terra consiste no chamado Efeito Kossler: um efeito cascata de colisões na órbita baixa, capaz de inutilizar este espaço ocupado pelos principais satélites em atividade. Porém a maior ameaça para a humanidade pode ser por conta da combustão das partes de alumínio, podendo danificar a camada de ozônio, além de possíveis materiais radioativos sujeitos a colisões.

A interrupção de avanços tão importantes no conhecimento humano e nas ciências por conta de acidentes com partículas deve ser algo alarmante por si só. E a dependência cada vez maior das tecnologias não abre espaço para um colapso total nas comunicações por um só dia, visto as consequências desastrosas na economia global, por exemplo.

Tais avanços tiveram impacto positivo recentemente. O conhecimento do ciclo circadiano, por exemplo, desvendado a fundo por 3 cientistas da área da biomedicina – laureados com o Nobel da Medicina –, permitiu a utilização de mecanismos na Estação Espacial Internacional, a ISS, que regulam o sono e as demais atividades biológicas dos astronautas.

foto de astronauta, uma mulher jovem, remete a matéria lixo espacial em órbita podem trazer risco à Terra
Foto – Freepik