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Lixo é transformado em energia renovável e matéria-prima

Lixo é transformado em energia renovável e matéria-prima

Orizon VR foi a primeira do segmento de resíduos sólidos a abrir capital na Bolsa. Empresa já nasceu com foco em ESG

Em 2020 e 2021, foram gerados no país mais de 82 milhões de toneladas de lixo, de acordo com o “Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2021”. A publicação da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais revela também que cada cidadão brasileiro produz, em média, 1kg de resíduos por dia. Há, atualmente, 3 mil lixões em atividade no país e um atraso de, pelo menos, 20 anos no tratamento adequado dos resíduos.

No entanto, há uma série de tecnologias e inovações para proteger o meio ambiente e extrair o máximo de valor daquilo que é descartado pela sociedade, a exemplo do que a Orizon Valorização de Resíduos (Orizon VR) desenvolve em seus ecoparques.

Empresa de valorização de resíduos para geração de biogás, energia renovável, créditos de carbono e reciclados, a Orizon VR ingressou no Mercado Novo da Bolsa de Valores (B3), coberta pelas casas XP, Credit Suisse e BTG, que recomendam a compra e aumentaram o preço target da ação, em 2021. Com soluções baseadas nos princípios da ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), a empresa obteve valorização no mercado de ações acima de 34% em apenas um ano.

— O aterro sanitário privado, devido à alta barreira de entrada e do fator logístico que impede seu transporte por longas distâncias, serve como banco de lixo e garante o suprimento da matéria-prima para geração de todos os renováveis. É um negócio perene, resistente a crises e com forte potencial de crescimento. Aliás, a empresa é a primeira do setor a comercializar créditos de carbono por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo da ONU, com clientes como o Banco Mundial e o governo da Suíça — destaca o CEO da empresa, Milton Pilão.

CRESCIMENTO

Com o investimento em tecnologia, a exploração do potencial de resíduos e a compra de novos aterros e de empresas, como a Estre (em novembro do ano passado), a Orizon VR dobrou de tamanho. Na aquisição recente, foram obtidos mais sete aterros e uma estação de transbordo, enquanto o número de pessoas atendidas pela empresa subiu de 20 milhões para 30 milhões.

A Orizon também venceu o leilão de energia nova (A-5) realizado pelo Ministério de Minas e Energia, em setembro último, para gerar energia elétrica a partir de resíduos sólidos urbanos. Esta é a primeira vez que o Brasil utiliza o lixo para ampliar as fontes de geração da sua matriz.

Com os novos ecoparques, a empresa se lançará no aproveitamento do potencial ainda não explorado de geração de biometano do lixo, mercado com alto potencial para descarbonizar a produção de indústrias de diferentes setores. A captura do biogás impede que o gás metano, 25 vezes mais poluente que o gás carbônico, seja lançado na atmosfera.

Em fevereiro, a Orizon VR comprou o único aterro sanitário licenciado de Cuiabá (MT) para transformá-lo no Primeiro Ecoparque do Centro-Oeste. O projeto de R$ 81 milhões tem potencial de entregar um EBITDA acima de R$ 25 milhões nos primeiros 12 meses, além de preservar um dos maiores tesouros ambientais do planeta.