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Fósseis de uma das maiores criaturas a habitar a terra são encontrados nos Alpes suiços

Fósseis de uma das maiores criaturas a habitar a terra são encontrados nos Alpes suiços

Novas evidências lançam luz sobre a gigante espécie de “lagarto-peixe” que surgiu há pelo menos 250 milhões de anos

Cientistas descobriram fósseis de répteis marinhos gigantes extintos, que podem ter sido algumas das maiores criaturas a habitarem a Terra, nos Alpes suíços. Os esqueletos dos três ictiossauros foram encontrados a uma altitude de 2.800 metros.

Descritos em um novo estudo publicado na última quinta-feira, 28, na revista científica Journal of Vertebrate Paleontology, os fósseis dão uma nova visão sobre os “lagartos-peixe” que surgiram há pelo menos 250 milhões de anos no oceano.

Os animais poderiam chegar a até 20 metros de comprimento e 80 toneladas — um dos fósseis com o qual os pesquisadores se depararam era, inclusive, maior que uma pista de boliche para se ter ideia. As informações são da CNN.

A aparência dessas criaturas lembrava um pouco os golfinhos modernos, apresentando corpos alongados e cabeças menores. Os ictiossauros começaram a se parecer mais com eles ao longo do tempo até serem extintos, há cerca de 90 milhões de anos.

De acordo com a pesquisa, o local improvável da descoberta dos fósseis pode ser explicado pelo fato de que as camadas de rocha da região eram, por volta de 200 milhões de anos atrás, o fundo de uma grande lagoa.

“Acreditamos que os grandes ictiossauros seguiram cardumes de peixes na lagoa. Os fósseis também podem derivar de animais abandonados que morreram lá”, explicou em nota o coautor do estudo Heinz Furrer, curador aposentado do Instituto e Museu Paleontológico da Universidade de Zurique.

Os especialistas destacam que os esqueletos foram “deformados tectonicamente”, ao que foram esmagados pelos movimentos das placas tectônicas e empurrados para o topo do que seria conhecido hoje como os Alpes suíços.

Fósseis raros dos gigantes dos mares

Embora a espécie seja especialmente importante à ciência, existem poucos fósseis conhecidos dos “lagartos-peixe”, o que dificultou o estudo sobre essas criaturas e criou um certo “mistério” para os pesquisadores.

Os fósseis encontrados têm 20 e 15 metros de comprimento, mas o terceiro foi o que mais chamou a atenção por se tratar do maior dente de ictiossauro já descoberto. Ele foi quebrado logo na coroa, o que se tornou um desafio para os cientistas, que querem entender o tamanho do animal que o carregava.

Dente encontrado pelos pesquisadores / Crédito: Rost Roth / Universidade de Zurique

“Isso é enorme para os padrões dos ictiossauros: sua raiz tinha 60 milímetros de diâmetro – o maior espécime ainda em um crânio completo até hoje tinha 20 milímetros e veio de um ictiossauro que tinha quase 18 metros de comprimento”, afirmou em comunicado P. Martin Sander, professor de paleontologia de vertebrados da Universidade de Bonn, na Alemanha.

“É difícil dizer se o dente é de um grande ictiossauro com dentes gigantes ou de um ictiossauro gigante com dentes de tamanho médio”, acrescentou.

Ainda assim, a descoberta animou os pesquisadores. Sander se questiona se “existem mais “criaturas marinhas gigantes escondidas sob as geleiras”. “É um grande constrangimento para a paleontologia sabermos tão pouco sobre esses ictiossauros gigantes, apesar do tamanho extraordinário de seus fósseis. Esperamos enfrentar esse desafio e encontrar fósseis novos e melhores em breve”, completou.