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Exibição de animais silvestres nas redes sociais está na mira do Ibama

Exibição de animais silvestres nas redes sociais está na mira do Ibama

Nem todo mundo sabe que dependendo da forma como animais são expostos na internet, o dono do bicho poderá responder a processo na Justiça, com eventual perda do animal de estimação e pagamento de multa.

A exibição de animais silvestres nas redes sociais está na mira do Ibama. Na busca por seguidores, usuários podem estar desrespeitando a lei.

É cada vez maior a exposição de animais silvestres nas redes sociais. Tem macaco de batom ou de pijama com mamadeira. Um macaco-prego tem uma página só dele, onde é exibido em várias fotos como se fosse uma criança.

Macaco-prego tem uma página só dele, onde é exibido em várias fotos como se fosse uma criança. — Foto: JN

Macaco-prego tem uma página só dele, onde é exibido em várias fotos como se fosse uma criança. — Foto: JN

Animais também são usados por grupos criminosos para ostentar armas e munições pesadas. Tem também araras, cobras, tartarugas… Longe das florestas, a fauna brasileira passou a ser objeto de desejo de quem disputa likes e curtidas na internet.

O que nem todo mundo sabe é que, dependendo da forma como animais silvestres ou até mesmo domésticos – como cachorros e gatos – são expostos na internet, o dono do bicho pode responder a processo na Justiça, com eventual perda do animal de estimação e pagamento de multa.

Animais também são usados por grupos criminosos para ostentar armas e munições pesadas. — Foto: JN

Animais também são usados por grupos criminosos para ostentar armas e munições pesadas. — Foto: JN

De acordo com o Ibama, apenas criadouros registrados podem comercializar algumas espécies de animais silvestres, com emissão de nota fiscal e atestado de procedência emitido pelo Ibama. Dependendo do animal, será necessário uso de anilha ou microchip.

Para as autoridades ambientais não há dúvida: na maioria absoluta dos casos, os animais silvestres expostos nas redes sociais têm origem ilegal.

“Vem do tráfico e estimulam o tráfico. A gente tem encontrado cada vez mais essas imagens e isso é muito ruim, porque estimula que outras pessoas venham a fazer isso. Porque uma vê uma fazendo isso e acha: ‘poxa ele ganhou não sei quantos seguidores, ele monetizou e eu também quero fazer’. Mas o Ibama está atento, tem controlado essas ações de divulgação nas redes sociais e tem procurado punir quem as faz”, afirma Leandro Aranha, analista ambiental do Ibama.

 

Macaco foi resgatado com hábitos estranhos à espécie. — Foto: JN

Macaco foi resgatado com hábitos estranhos à espécie. — Foto: JN

Roched Seba está à frente de uma organização credenciada do Rio de Janeiro que acolhe, trata e reintroduz animais silvestres na natureza. Um macaco foi resgatado com hábitos estranhos à espécie.

“Ele chupa dedo, ele bota a língua para fora, ele segura o ursinho e fica ninando compulsivamente… É o que a gente chama de comportamento estereotipado, que é típico de animal que veio de cativeiro.O uso de animal no circo é crime no Brasil, então tem que ser crime usar os animais na internet como circo também”, diz o diretor do Instituto Vida Livre.