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Espécies em risco de extinção estão mais ameaçadas do que se pensava

Espécies em risco de extinção estão mais ameaçadas do que se pensava

Autores da pesquisa ressaltam que, no ritmo atual, quadro tende a piorar nas próximas décadas

Um novo estudo publicado no periódico Frontiers in Ecology and the Environment na segunda (18) aponta que a perda da biodiversidade está atingindo mais espécies do que se imaginava previamente.

O estudo, realizado por um time internacional de pesquisadores, reuniu diversos dados geográficos e demográficos. O grupo coletou opiniões de milhares de especialistas, incluindo de grupos sub-representados na ciência da biodiversidade. O objetivo foi identificar lacunas de conhecimento e diferenças de opiniões sobre o tema.

A partir dos dados, observou-se um consenso de que a perda de biodiversidade global provavelmente limita o funcionamento da natureza e as contribuições que ela pode oferecer.

A perspectiva de cada especialista também contribuiu para uma avaliação abrangente sobre a extinção e os fatores mais influentes que afetam os ecossistemas do mundo. Segundo o estudo, esses fatores estão ligados às mudanças climáticas, à poluição e às mudanças e exploração do uso da terra e do mar.

A pesquisa sugere que mais espécies podem estar ameaçadas do que se pensava anteriormente: desde 1500, 30% das espécies foram ameaçadas de extinção ou levadas à extinção. Se as tendências atuais continuarem, isso pode aumentar para 37% até 2100.

Mas, se esforços de conservação forem tomados de forma rápidoa e extensa, essa quantidade pode ser reduzida para 25%. “O problema da mudança climática pode ser corrigido pela interrupção da emissão de mais dióxido de carbono na atmosfera. Se você perde uma espécie, ela desaparece para sempre”, diz em nota o professor Johannes Knops, pesquisador da Universidade Xi’an Jiaotong-Liverpool e autor do estudo.

Diversidade de opiniões

Para além das consequências da perda de biodiversidade, os autores notaram uma diferença entre pensamentos. De acordo com a pesquisa, os homens brancos europeus pautavam o uso de terras por meio de localização geográfica e demográfica, que traz prejuízos para o ecossistema.

Enquanto isso, a solução mais viável era explicada por uma minoria que não tem muita voz no meio acadêmico: mulheres, chineses, pessoas que habitam a América do Sul e África deram maior ênfase ao compartilhamento de terras

“A estratégia de compartilhamento de terras se concentra em pensar em como a agricultura e as cidades podem coexistir com a biodiversidade, enquanto a estratégia de economia de terras expande o tamanho das áreas protegidas para aumentar a biodiversidade, mantendo práticas agrícolas intensivas em outros lugares”, comenta em nota Knops.

Os pesquisadores esperam encorajar mais acadêmicos a usarem o estudo para entender a perspectiva global sobre a perda de biodiversidade e incluir mais pontos de vistas em estudos futuros.