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Dia do Meio Ambiente: projetos demandam urgência para preservação ambiental

Dia do Meio Ambiente: projetos demandam urgência para preservação ambiental

Em crise planetária após 50 anos da Conferência de Estocolmo, organizações e ativistas reforçam a necessidade de propostas sustentáveis. Veja exemplos

Há 50 anos, entre os dias 5 e 16 de junho de 1972, acontecia a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano. O evento, que ficou reconhecido como a Conferência de Estocolmo, foi o primeiro encontro internacional para discutir problemas ambientais e impulsionou a criação do Plano de Ação para o Meio Ambiente (Pnuma). Desde então, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Nos dias 2 e 3 de junho de 2022, a Suécia sediou a solenidade comemorativa do evento, o Estocolmo+50. Na ocasião, o governo sueco recuperou o lema “Only One Earth” (“Uma Só Terra”), utilizado no primeiro encontro internacional. A data funciona como um lembrete da necessidade de preservação ambiental, além de ser uma oportunidade de discutir e desenvolver soluções para os problemas que afetam os recursos naturais.

“A sustentabilidade é definida pelo conceito de práticas socialmente justas, ambientalmente corretas e economicamente viáveis. Esses são os pilares. O conceito deve ser pensado de forma ampla no nosso dia-a-dia”, explica a fundadora da iniciativa Muda Meu Mundo, Priscilla Veras. Ela informa que o seu projeto busca ajudar os pequenos produtores a comercializar diretamente com varejistas e supermercados. “A gente trabalha desde o desenvolvimento do produtor, para que ele saiba sobre agricultura regenerativa e formas de cultivos, até o produto chegar no supermercado”, complementa.

Desafios ambientais

À época, as problemáticas tratadas na Conferência de Estocolmo envolviam conteúdos como as mudanças climáticas e a qualidade da água; os desastres naturais; as bases do desenvolvimento sustentável, assim como as limitações de pesticidas na agricultura e na quantidade de metais pesados lançados na natureza. Desta vez, meio século depois, as discussões avançaram em ritmo lento. Em entrevista para a CNN Brasil, a representante adjunta da Pnuma, Regina Cavini, comentou que o contexto atual é de reflexão. “Serve para fazer um balanço dos últimos 50 anos. Na primeira Conferência saíram várias propostas e, agora, vemos o que está dando certo e o que não está”, diz.

De acordo com o Guia Prático #UmaSóTerra, criado pela Pnuma, o planeta que conhecemos “pede socorro”. O documento destaca que estamos enfrentando uma tripla crise planetária. O clima está esquentando rápido demais para adaptação, o que causa mudanças nas estações e consequentemente o aumento de “inundações, secas, ondas de calor e incêndios florestais”. Desta forma, as espécies e os ecossistemas batalham para se adaptar aos movimentos humanos, que “dizimam populações de plantas e animais raros com a agricultura, a extração de madeira, a pesca e o comércio ilegal de animais selvagens”. Além disso, ainda há as questões da poluição atmosférica, grande parte desenvolvida pela queima de combustíveis fósseis. Dados do documento apontam que a demanda humana por recursos supera a capacidade da Terra de fornecê-los em, aproximadamente, 75%.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Visando mudanças eficientes na área, a ONU desenvolveu no ano de 2000 as metas do milênio, chamadas de Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Entretanto, em 2015, a proposta foi reformulada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A medida foi organizada com o apoio de 191 países para nortear políticas nacionais e atividades de cooperação internacional até 2030. Entre os 17 objetivos está erradicação da pobreza, igualdade de gênero e consumo responsável.

Priscilla opina que, para melhorar a relação com o meio ambiente, é necessário tirar a sustentabilidade de certos padrões. “O princípio da sustentabilidade diz que a gente consegue usar os recursos disponíveis no planeta, sem que falte para as gerações futuras. A coexistência dos seres humanos com a natureza é o assunto mais importante para a gente tratar hoje. Se eu construir uma estrada, eu preciso ter árvores, porque se não reflorestar vou estar causando um impacto ambiental muito grave”, acrescenta.

O meio ambiente no streaming

Por isso, para a empreendedora, é preciso “evoluir ainda mais” no debate. Ela pontua que foram feitas melhorias significativas nos últimos anos, mas o tema também precisa ser apresentado de forma prática. Inserir o meio ambiente em produtos culturais, como séries e filmes, é uma das formas de introduzir a temática com um viés informativo. Em alusão à data, o Vida&Arte preparou uma lista com algumas obras que tratam sobre a questão ambiental disponíveis nas plataformas de streaming, confira:

“Saving the Amazon” (2020)

Com direção de Sophie McNeil e disponível no Amazon Prime Video, o documentário aborda a importância da Amazônia, que tem um papel essencial na regulação da temperatura do planeta. Desde o ano de 2019, a destruição da floresta aumentou em 85%. O longa explica os motivos por trás do interesse na área e dá voz às tribos amazônicas.

“Seremos História” (2016)

Apresentado pelo ator e ativista ambiental Leonardo DiCaprio, o filme aborda fenômenos climáticos como a mudança de temperatura terrestre e o aumento de inundações. Com participação de nomes como Barack Obama, Bill Clinton e Elon Musk, a obra investiga o que tem sido feito para combater os desastres ambientais. “Seremos História” pode ser visto na plataforma de streaming Disney+.

“Wall-E” (2008)

A animação da Pixar Animation Studios está no topo da lista da revista Time dos Melhores Filmes da Década e ganhou um Oscar de Melhor Filme de Animação. O enredo sintetiza o desgaste ambiental causado por humanos. A história retrata um robô que foi criado no ano de 2100 para limpar a Terra, que já está desabitada e coberta por lixo. Como missão, ele deve encontrar pelo menos uma planta na superfície.

“Solo Fértil” (2020)

Na produção da Netflix, cientistas e celebridades revelam como o solo da Terra pode ser fundamental para o combate às mudanças climáticas e a preservação do planeta. Os diretores Josh e Rebecca Tickhell passaram sete anos estudando sobre agricultura regenerativa – feita com práticas agrícolas naturais e orgânicas – e o contexto histórico do solo terrestre.

“Terráqueos” (2005)

Narrado pelo ator Joaquin Phoenix, o documentário apresenta a exploração animal por trás dos laboratórios e criadouros. O longa também faz uma ligação entre a dependência humana com produtos de origem animal, a exemplo da comida e do vestuário, e os impactos que essa relação pode trazer ao ambiente.

Agenda em Fortaleza

Mutirão ambiental “Operação Limpa Praia”

A ação é realizada pelo Grupo Aço Cearense na praia do Cumbuco, com ponto de partida na barraca Rei do Caranguejo. A operação irá recolher resíduos no local e também divulgar dicas de educação ambiental. Após o mutirão, as famílias terão um momento de lazer com gincana e lanche.

Quando: hoje, das 8h às 12 horas
Gratuito
Onde: Praia do Cumbuco (ponto inicial na Barraca Rei do Caranguejo)

Ação “Ambiente Delas: A Mulher e a Luta Ambiental”

A atividade consta em uma parceria entre múltiplas organizações e profissionais. A programação começa às 9h30min, com piquenique, e segue com roda de conversa “Ecofeminismo e a mulher na luta ambiental”. O evento também terá plantio de mudas nativas e encerramento com batuqueiras do Maracatu Nação Fortaleza.

Quando: domingo, 5, das 9h30min às 11h30min
Gratuito
Onde: Parque Adahil Barreto (Rua Major Vírgilio Borba, 177)

Podcast Vida&Arte

O podcast Vida&Arte é destinado a falar sobre temas de cultura. O conteúdo está disponível nas plataformas Spotify, Deezer, iTunes, Google Podcasts e Spreaker. Confira o podcast clicando aqui