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Deficiência visual: uma vulnerabilidade também às Mudanças Climáticas

Deficiência visual: uma vulnerabilidade também às Mudanças Climáticas

Estudo importante e necessário fala sobre envolver pessoas com vulnerabilidade nas questões ambientais e principalmente revela que esses grupos sociais são muito impactados nas situações de riscos e desastres ambientais.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 cerca de 23,9% da população brasileira – 45,6 milhões de pessoas – apresenta algum grau de deficiência mental/intelectual e/ou dificuldade para ver, ouvir, andar ou subir escadas, mesmo com o auxílio de lentes de contato, aparelhos auditivos e tudo que possa ajudá-los.

Esses dados são citados no estudo que foi publicado no International Journal of Disaster Risk Science: “(In)visibilidades sobre as Vulnerabilidades das Pessoas com Deficiência Visual aos Desastres e Mudanças Climáticas: Um Estudo de Caso em Cuiabá, Brasil”.

Esse estudo é resultado da tese de doutorado da educadora ambiental Giselly Gomes, do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e tem também como autores Victor Marchezini e Michele Sato.

Esse estudo, desenvolvido desde 2017, não envolveu somente o Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMT, mas também o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta Prévio de Desastres Naturais (CEMADEN), Defesa Civil Municipal de Cuiabá (NUPDEC/Cuiabá), Instituto de os Cegos do Estado de Mato Grosso (ICEMAT) e a Associação dos Cegos de Mato Grosso (AMC).

objetivo dos pesquisadores é a entender/compreender sobre as vulnerabilidades e capacidades das pessoas com deficiência visual aos perigos relacionados ao clima e às mudanças climáticas na América Latina.

As três descobertas principais desse estudo

Os resultados apresentados pelos cientistas são:

  1. um método de mapeamento para identificar a exposição de pessoas com deficiência visuais a deslizamentos e inundações;
  2. introdução de vozes de pessoas portadoras de deficiência visual sobre suas vulnerabilidades e capacidades para desastres e mudanças climáticas e
  3. uma iniciativa de educação inclusiva para reduzir as barreiras existentes que existe para essas pessoas na redução de risco de desastres.

As barreiras que comprometem a vida, a segurança dos deficientes visuais diante dos eventos extremos fez com que esse grupo de pesquisadores olhassem com empatia para esse problema social.

Deficiente visual usa o mapa tátil de risco. Foto de Giselly Gomes/GPEA
Deficiente visual usa o mapa tátil de risco. Foto de Giselly Gomes/GPEA

Os obstáculos que a vulnerabilidade impõem reforçam as relações de dependência desses indivíduos. Saber que são pessoas “invisíveis” diante as mudanças do clima é uma questão que foi debatida.

As pessoas com deficiência e as organizações que trabalham com elas são pouco incluídas em temáticas ambientais, mas isso está prestes a acabar.