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Absorvente biodegradável e sem plástico é lançado no Brasil

Absorvente biodegradável e sem plástico é lançado no Brasil

Criados para oferecer opções mais sustentáveis para ciclos menstruais, absorventes também são veganos e hipoalergênicos

Com o objetivo de apoiar mulheres que buscavam opções mais sustentáveis de absorventes higiênicos, as amigas de infância a Isabelle Parik e Clara Ibri criaram a Nua em 2020. Três anos depois, a marca lança um absorvente biodegradável, vegano e hipoalergênico, iniciando um movimento para que menstruantes assumam o controle de seus ciclos.

A administradora Isabelle Parik e a advogada Clara tinham o desejo de empreender e enxergaram uma oportunidade enquanto trocavam que as alternativas disponíveis no mercado brasileiro, como o coletor e a calcinha absorvente, não atendiam às suas necessidades.

“Nenhuma das opções se encaixavam 100% na rotina e nós, como amigas, sempre compartilhamos nossas dores como consumidoras. Na época, eu morava em Londres e encontrei algumas marcas que tinham absorventes biodegradáveis. Era algo que já existia fora e vendia bem. Não tinha por que não termos esse tipo de produto no Brasil”, conta Isabelle.

absorventes biodegradáveis
Nua nasceu a partir do desejo de duas mulheres, as sócias Isabelle Parik (esq.) e Clara Ibri, que não encontravam absorventes sustentáveis no mercado brasileiro. Foto: Divulgação | Nua

A partir de então, as empresárias começaram a estudar sobre o tema para viabilizar a ideia. Segundo o Instituto Akatu, um absorvente convencional levar 400 anos para se decompor e as amigas perceberam que, além de fazer mal ao planeta, os absorventes convencionais também poderiam trazer problemas de saúde, já que a maioria dos produtos disponíveis têm componentes que podem fazer mal à saúde íntima.

“Unimos a sustentabilidade e a saúde ao pilar da praticidade para guiar nosso negócio. Durante a menstruação, cada pessoa passa por mudanças e tem demandas específicas que ainda não são atendidas, principalmente porque as grandes empresas do setor ainda são compostas majoritariamente por homens. Hoje, é a menstruante que se adapta à indústria e queremos fazer o movimento contrário”, afirma Clara.

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Imagem: Nua

As empreendedoras explicam que as consumidoras foram colocadas no centro das decisões, resultando na criação do sistema de assinaturas, personalizado de acordo com cada fluxo. O modelo de vendas substitui as embalagens e podem facilitar a rotina mensal. O preço da assinatura mensal varia de R$ 13,8 para 6 absorventes até R$ R$ 64,40 para 24 absorventes.

Novidade no mercado

Os absorventes da Nua são biodegradáveis, veganos, hipoalergênicos, antibacterianos, com abas e sem componentes que podem fazer mal à saúde. Entre os diferenciais está o fato de ser zero plástico e usar a fibra de bambu certificada, garantindo um absorvente suave, respirável e confortável – nas opções convencionais, é usada a fibra de algodão e até 90% de plástico.

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Foto: Nua

Atualmente, o produto é importado da Índia, uma vez que as fábricas brasileiras não atendiam aos requisitos da marca, sobretudo um sistema de produção responsável e uso de componentes biodegradáveis e seguros com comprovação científica. Porém, a novidade chamou a atenção e a empresa recebeu em julho um aporte de quase R$ 1 milhão oriundo de um fundo focado em soluções ESG. Esse investimento será empregado na pesquisa e no desenvolvimento de um produto próprio com o objetivo de nacionalizar a fabricação.

Combate à pobreza menstrual

Outro pilar da empresa é o social: a cada venda, absorventes nua são doados a menstruantes em situação de vulnerabilidade. A ação é feita em parceria com o Projeto Luna com o objetivo de combater a pobreza menstrual. Durante as entregas, a Nua também promove rodas de conversa para desmistificar tabus sobre a menstruação.

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Foto: Nua

“Antes mesmo de começar a vender, sabíamos que tínhamos que incluir a questão social entre os nossos pilares. Seria muita negligência entrar nesse mercado e ignorar a pobreza menstrual. Conversamos com o Projeto Luna para entender a melhor maneira de fazermos isso e entendemos que a doação direta era o melhor caminho”, explica Clara.

“Somos uma marca de saúde menstrual, queremos ser vistas como amigas que as consumidoras podem contar. O Brasil ainda é um país conservador, onde as informações sobre o ciclo menstrual nem sempre chegam e, quando chegam, nem sempre estão corretas. Quem sofre com isso, podendo ter implicações sérias na saúde, são as menstruantes”, assinala Isabelle.

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Foto: Nua