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7 motivos para diminuir o consumo de álcool em 2023

7 motivos para diminuir o consumo de álcool em 2023

Assim como o cigarro, a ingestão exagerada de álcool traz inúmeros danos ao organismo. Especialistas listam os principais problemas de saúde

Janeiro é o mês de revermos os hábitos e comportamentos nocivos que adotamos diariamente, a fim de ter um estilo de vida mais saudável e maior qualidade de vida. Entre os fatores que mais trazem danos à saúde está o consumo de álcool. Isso porque as bebidas alcóolicas são tóxicas para o organismo, e podem levar ao surgimento de diversos problemas, aponta a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

Pensando nisso, especialistas de diferentes áreas listam motivos pelos quais você deve diminuir o consumo de álcool em 2023. Confira:

O álcool reduz o metabolismo

O fígado é o responsável por digerir as bebidas alcóolicas. Porém, esse órgão também é o responsável pelo metabolismo de gordura. “O fígado trabalha diariamente quebrando as gorduras da sua alimentação e eliminando as toxinas. Quando você bebe álcool, acaba adicionando mais uma tarefa na função do órgão. Dessa forma, seu fígado não consegue processar a gordura de maneira tão rápida e eficientemente, pois estará, também, trabalhando para expelir o álcool. Como consequência, ocorre a desaceleração do metabolismo, levando, inclusive, ao acúmulo de gordura”, explica a Dra. Marcella.

Logo, como o fígado já estará sobrecarregado na tentativa de metabolizar o álcool, o recomendado é evitar alimentos pesados após consumir bebidas alcóolicas. São exemplos as carnes vermelhas, dando preferência a carnes brancas cozidas e grelhadas, além de muita salada e frutas.

Beber danifica a aparência da pele

A perda de água causada pelo álcool afeta a saúde da pele. “O álcool é um diurético e a perda de água cutânea causa ressecamento e descamação da pele. A pele também tende a ficar avermelhada após a ingestão de bebidas alcoólicas, pois elas dilatam os vasos. Além disso, as rugas ficam mais visíveis, a pele fica mais oleosa e a rosácea piora. A produção de radicais livres também aumenta após a ingestão do álcool, o que favorece o envelhecimento precoce e a flacidez. Três drinks já são suficientes para sentirmos os efeitos na pele”, explica a Dra. Cintia Guedes, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O álcool promove danos aos cabelos

As bebidas alcoólicas, se consumidas com frequência e em quantidade excessiva, também podem impactar na saúde dos fios. “A principal consequência da ingestão excessiva de bebidas alcóolicas para os cabelos é o ressecamento e a quebra dos fios. Além disso, o consumo exagerado de álcool também pode provocar desnutrição e ser responsável pela queda capilar”, alerta a dermatologista.

Causa infertilidade em mulheres

Mesmo o consumo moderado de álcool pode ter diversos efeitos maléficos no organismo, incluindo prejuízos à fertilidade. Segundo o ginecologista obstetra Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita, um estudo do ano passado mostrou que as mulheres que desejam engravidar devem evitar o consumo excessivo de álcool. “Na segunda metade do ciclo menstrual, mesmo o consumo moderado de álcool está relacionado a chances reduzidas de gravidez, segundo o trabalho”, explica o especialista.

Segundo o médico, a ingestão de álcool afeta os processos envolvidos na ovulação, de modo que nenhum óvulo é liberado durante a parte ovulatória do ciclo. Além disso, o álcool pode afetar a capacidade de um óvulo fertilizado se implantar no útero, diminuindo as chances de gravidez.

O consumo de álcool promove o surgimento de cálculos renais
O álcool em grandes quantidades e os produtos de sua metabolização (como acetaldeído, NADH e radicais livres) podem causar alterações na função renal, explica a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. “Eles fazem com que os rins se tornem menos capazes de filtrar o sangue, além de afetar sua capacidade de manter a quantidade certa de água no corpo”, afirma.

De acordo com ela, estudos de base populacional sugerem que o consumo de álcool acima dos limites de moderação pode aumentar o risco de doença renal crônica (DRC) na população em geral. Pesquisas recentes também mostraram um aumento de cálculos renais em mulheres, o qual está associado ao tabagismo e à ingestão de álcool, o que não ocorria nas décadas anteriores.

“Outro fator importante causado pelo álcool é a sobrecarga do rim. O etanol atrapalha a função do hormônio antidiurético, que garante que o corpo não perca muita água, fazendo com que o rim deixe de concentrar a urina, perdendo mais água que o habitual. Como a bebida leva o corpo a fazer um esforço muito grande para colocar a substância para fora, é preciso diluir em água e eliminar na forma de urina, causando a desidratação. Além disso, se o fígado for comprometido, pode haver o acometimento renal, chamado síndrome hepatorrenal”, destaca a Dra. Caroline.

Problemas circulatórios

Por favorecer a desidratação, o álcool, além de aumentar a incidência de câimbras e dores musculares, também pode fazer com que o organismo retenha mais líquidos. “Como resultado, ficamos mais inchados e a pressão sobre as veias e artérias aumenta, o que pode contribuir para o surgimento de problemas vasculares como varizes e trombose”, destaca a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

O álcool contribui para o surgimento de doenças orais

Outra estrutura afetada pela perda de água causada pelo álcool é a boca e os dentes. “O processo de desidratação causado pelo álcool provoca a diminuição na produção de saliva. Como resultado, ficamos mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças como cáries, gengivite e erosão dental, visto que uma das principais funções da saliva é justamente proteger os dentes e as mucosas orais”, Dr. Hugo Lewgoy, cirurgião-dentista e doutor em Odontologia pela USP.

Mais problemas à saúde

Além de todos esses danos, o consumo de álcool também é especialmente prejudicial para pessoas que acabaram de passar por procedimentos que demandam tempo de recuperação, como as cirurgias invasivas. “Isso porque o processo inflamatório provocado pelo álcool dificulta o processo de cicatrização e favorece o surgimento de cicatrizes inestéticas. Além disso, a substância afina o sangue, aumentando o risco de o paciente sofrer com sangramento e prolongando o tempo de recuperação”, explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Conforme os especialistas, a melhor dica é apostar na moderação e não tornar o ato esporádico de beber em um hábito rotineiro. No geral, recomenda-se limitar o consumo diário a, no máximo, uma taça de até 150ml e optar sempre pelas variedades que apresentam funcionalidades, como o vinho tinto e seco, que contam com o resveratrol, um polifenol antioxidante. Mas ele também pode ser encontrado no suco de uva integral, então procure não ingerir a bebida alcoólica. “Bebidas como cachaça, vodca, whisky e tequila tendem a ser absorvidas mais rapidamente e, no geral, são mais agressivas para o fígado. Ou seja, devem ser evitadas ou limitadas a quantidades menores que uma dose diária”, finaliza a médica nutróloga, Dra. Marcella.