Um copo d’água, por favor
No deserto que estamos, vejo tantos com dificuldades inúmeras para continuar.
São tantas sedes, nos impondo sofrimento e dor.
A paralisia do isolamento obrigatório, tem transformado o “tempo”, tantas vezes desejado, em verdadeiro prisioneiro da incapacidade.
A intolerância, já faz morada em nós.
A inércia, se transformou na melhor amiga.
A mente e o corpo, sentem sede do ir e vir livremente.
Sede de se deixar ser.
Sede de ter o abraço, e o afago.
Sede de se permitir sentir e ouvir, de pertinho.
Sede de se despir dos sentimentos, olhar as palavras e ouvir os olhos.
Um copo d’água, por favor!
Um copo d’água de compreensão e de amor, para matar essa sede causada pelo terror da solidão.
Um copo d’água de amizade e paciência, para matar essa sede causada pela carência da bondade.
Um copo d’água de companheirismo e cumplicidade, para matar essa sede causada pela falsidade dos usuários do oportunismo.
Um copo d’água de respeito e sinceridade, para matar essa sede causada pelos que vivem na mediocridade, sem ter a coragem de ser o que é , de mostrar o quê realmente sente, para não perder benefícios recebidos.
Um copo d’água de serenidade e sabedoria, para matar essa sede causada pela obscuridade da fantasmagoria.
Um copo d’água de afeto e gentileza, para matar essa sede causada pela crueza do afastamento.
Um copo d’água, por favor!