Sua dieta influencia em sintomas de depressão e ansiedade
Na última terça-feira (15), um estudo publicado na revista científica BMC Medicine sugeriu que a dieta de uma pessoa tem potencial para aumentar ou diminuir os sintomas relacionados a depressão e ansiedade. Enquanto o consumo de alimentos com manteiga, açúcar e leite potencializa esses sintomas, a ingestão de frutas e vegetais frescos pode ajudar a contê-los.
O estudo também sugere que determinados tipos de bebidas açucaradas, carnes e peixes podem contribuir para o risco de transtornos de saúde mental. Para chegar a essas descobertas, a equipe analisou a situação de 157.212 participantes. Desses, 70.271 foram diagnosticados com depressão e 70.070 com ansiedade.
Os pesquisadores se concentraram nas fibras, ácidos graxos saturados e açúcares livres, levando em consideração seu papel na depressão e na ansiedade. Em seguida, separaram padrões alimentares para verificar sua relação com os sintomas específicos dos transtornos:
O primeiro padrão foi descrito como uma “dieta altamente calórica”, com alto consumo de manteiga e gordura animal e baixo consumo de frutas e vegetais frescos. Esse padrão alimentar mostrou fortes associações com depressão e ansiedade.
Já o segundo padrão alimentar é a “dieta com alto teor de açúcar e baixo teor de gordura”, com direito a uma alta ingestão de bebidas açucaradas e açúcar de modo geral, e baixo teor de manteiga e gordura animal. Segundo o estudo, extremos (ou seja, uma adesão muito baixa ou muito alta a essa dieta) estão associados aos sintomas.
Enquanto isso, o terceiro padrão alimentar, mencionado como uma “dieta com alto teor de açúcar, alto teor de gordura e alto teor de fibras”, o que envolve alimentos como manteiga, gordura animal, sobremesas à base de leite, está associada a sintomas depressivos e ansiosos, principalmente quando se trata de idosos.
Sintomas de ansiedade e depressão
O Ministério da Saúde define o transtorno de ansiedade como “aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de perigo”. Os principais sintomas envolvem preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar), sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer ou medo extremo de alguma situação em particular.
O tratamento é feito com medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica), psicoterapia com psicólogo ou com médico psiquiatra ou até mesmo a combinação dos dois tratamentos (medicamentos e psicoterapia).
Já a depressão costuma acompanhar sinais como tristeza, desânimo e pensamentos negativos, pouco interesse em atividades habituais, dificuldades para dormir, alterações no apetite ou no peso, perda de energia e sensação de inutilidade. Pensamentos de morte também podem tomar conta do paciente. Vale notar que existem vários tipos de depressão.
Alimentos que pioram a depressão
Em maio, um estudo publicado no periódico Journal of Affective Disorders apontou que alimentos ultraprocessados podem aumentar o índice de depressão. Conforme perceberam os pesquisadores, os indivíduos que consumiram uma quantidade maior desses produtos tiveram uma probabilidade 1,14 vez maior de passar por um sofrimento psicológico elevado.
Na ocasião, os pesquisadores perceberam que o maior consumo de alimentos ultraprocessados foi associado à menor ingestão de proteínas, fibras e gorduras saturadas, bem como à redução da ingestão total de energia e vegetais e frutas.
Também já vimos que esses alimentos ultraprocessados ”enganam” o organismo para você comer mais, porque são tão macio que comemos antes que nossos hormônios intestinais tenham tempo de nos dizer que estamos cheios.
Alimentos que pioram a ansiedade
Segundo um estudo da University of South Australia e publicado na plataforma Europe PMC, dietas ricas em gordura podem agravar os casos de ansiedade e até mesmo de Alzheimer. Os cientistas alimentaram alguns ratos ao longo de 30 semanas e notaram uma deterioração significativa em suas habilidades cognitivas.
Conforme menciona o estudo, os roedores que se alimentaram de uma dieta cheia de gordura ganharam peso, desenvolveram resistência à insulina e começaram a se comportar de forma anormal em comparação com os outros.
