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Só 7 em cada 10 árvores removidas pela prefeitura de SP recebem mudas no lugar

Só 7 em cada 10 árvores removidas pela prefeitura de SP recebem mudas no lugar

Número de remoções de árvores é maior que o de plantios na cidade de São Paulo desde 2018. Neste sábado (19), moradores protestaram contra corte de figueira benjamina nos Jardins, Zona Sul da capital.

Desde 2018, o número de remoções de árvores feitas pelas subprefeituras da cidade de São Paulo é maior que o número de plantios. Assim, apenas 7 em cada 10 árvores removidas na capital são substituídas por outras.

O registro mais atual, de janeiro a setembro de 2021, mostra que 8.253 árvores foram removidas. Neste período, só foram plantadas 5.736. Em nota, a prefeitura da capital informou que “ao contrário do que disse a reportagem, os plantios cresceram 344% em 2021”.

Neste sábado (19), moradores protestaram contra a remoção pela prefeitura de uma árvore no bairro dos Jardins, na Zona Sul de São Paulo.

A remoção envolveu a polícia, que foi chamada pelos funcionários da gestão municipal para resolver o impasse.

A figueira benjamina, de origem asiática, foi plantada em uma calçada da Alameda Casa Branca há cerca de 40 anos. Com o passar do tempo, as raízes foram crescendo e tomando conta da calçada.

Figueira removida pela Prefeitura de São Paulo neste sábado (19). — Foto: Reprodução/TV Globo

Figueira removida pela Prefeitura de São Paulo neste sábado (19). — Foto: Reprodução/TV Globo

O síndico de um prédio vizinho à árvore pedia a remoção há anos. A prefeitura autorizou a retirada em 2019, e revalidou a medida em Diário Oficial, pelo “risco de queda, interferência na estrutura do prédio, a infestação de cupins e o dano permanente ao patrimônio público”.

Para o ambientalista Nik Sabey, a falta de verde em uma cidade cinza como São Paulo que leva a atitudes como a dos moradores de tentar impedir a remoção.

“Se a prefeitura tivesse uma postura mais ativa de arborização urbana com as espécies adequadas, a gente teria muito menos esse tipo de situação”, diz Sabey.

A prefeitura não conseguiu remover neste sábado os galhos mais grossos, o tronco e a raiz da árvore. Quando fizer isso, nos próximos dias, vai ser plantado no lugar da árvore exótica um guanandi, que é nativo da Mata Atlântica e tem raízes de crescimento moderado.