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Rios e lagos ‘encolhem’ na Europa, China e EUA com seca extrema; compare imagens de satélite

Rios e lagos ‘encolhem’ na Europa, China e EUA com seca extrema; compare imagens de satélite

Os rios Pó, Reno e Danúbio, na Europa, estão entre os afetados por estiagem que já é considerada a pior em 500 anos. Fotos da Nasa ainda mostram impacto na Barragem do Alto Lindoso, Portugal, em lagos os EUA e no Rio Yangtze, na China.

Os eventos climáticos extremos que fazem a seca varrer a Europa e causam ainda a pior onda de calor da história recente na China podem ser vistos até mesmo do espaço: uma análise de imagens de satélite de áreas afetadas mostra o impacto da crise do clima em diversas regiões do globo (veja exemplo no topo da reportagem).

  • EUA, Europa e Ásia enfrentam secas recordes; qual a gravidade do cenário e as suas causas?

Abaixo, veja a comparação do “antes e depois” em fotos divulgadas pela Nasa e pela ESA – as agências espaciais dos Estados Unidos e Europa, respectivamente – e pelo serviço Copernicus da União Europeia.

As imagens mostram os rios Pó, Reno e Danúbio, na Europa, a Barragem do Alto Lindoso, em Portugal, lagos dos EUA e o Rio Yangtze, na China.

Europa

  • Rio Pó, Placência, Itália

 

Na primeira comparação de imagens de satélite, é possível ver o antes e depois do Rio Pó, na cidade italiana de Placência (veja mapa abaixo).

O rio é o maior da Itália e atingiu níveis recordes de baixa após meses sem chuvas. Com a estiagem, o rio Pó, que era normalmente uma grande extensão de água, secou e grandes faixas de areia foram expostas.

Em julho, durante a pior seca em 70 anos, a Itália declarou estado de emergência em cinco regiões do norte do país ao redor do rio.

Rio Pó, Placência, Itália — Foto: Arte/g1

Rio Pó, Placência, Itália — Foto: Arte/g1

  • Rio Reno, Colônia, Alemanha

 

O rio Reno é o segundo maior rio da Europa e uma importante rota para produtos comerciais no continente.

Na última semana, de acordo com um comunicado do governo alemão, o Reno, que flui dos Alpes suíços até o Mar do Norte, viu seus níveis de água caírem abaixo de 40 centímetros em algumas partes do seu leito.

Segundo a ESA, normalmente, os níveis de água mais baixos são observados em setembro ou outubro no rio, mas esses níveis de agora estão surgindo mais cedo do que o normal. Na imagem acima, é possível ver uma porção do rio que cruza a cidade alemã de Colônia.

Rio Reno, Colônia, Alemanha — Foto: Arte/g1

Rio Reno, Colônia, Alemanha — Foto: Arte/g1

  • Barragem do Alto Lindoso, Portugal

 

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), choveu quase metade do que seria esperado de outubro do ano passado a agosto deste ano no país.

Fora isso, o governo estima que a maior parte do território de Portugal continental se encontra em uma seca severa (55,2%) ou extrema (44,8%), com destaque para a região sul e parte do norte do país, como nas proximidades da imagem acima, na Barragem do Alto Lindoso, que em julho registrou apenas 15% de sua capacidade.

Barragem do Alto Lindoso, Portugal — Foto: Arte/g1

Barragem do Alto Lindoso, Portugal — Foto: Arte/g1

  • Rio Danúbio, Silistra, Bulgária

 

Com cerca de 2.800 km de extensão, o Rio Danúbio é o segundo rio mais longo da Europa e serve de rota para o fluxo de embarcações no continente.

Nesta imagem acima divulgada pelo programa Copernicus, o destaque é para um ponto do rio na cidade de Silistra, na Bulgária.

Embora nesse local alguns bancos de areia já estejam aparentes, esse trecho permanece navegável, diferentemente de outras rotas do rio.

No começo de agosto, o nível da água em Tulcea, na Romênia, estava em 51 cm, 6 cm abaixo do valor mínimo para navegação.

Rio Danúbio — Foto: Arte/g1

Rio Danúbio — Foto: Arte/g1

  • Consequências na França e no Reino Unido

As imagens de satélite divulgadas pelo Copernicus também revelam que não foi apenas a paisagem dos rios europeus que mudou por causa dessa seca, a vegetação também sofreu bastante.

Na comparação acima, vemos que boa parte do território francês não está mais tão verde como em julho de 2021, situação bastante semelhante da registrada pelos satélites do programa nos arredores de Cambridge, no Reino Unido (veja abaixo).

“Em todo o Hemisfério Norte, este verão é bastante excepcional em comparação com os anos anteriores, em termos da área total afetada pela seca e da gravidade de muitas dessas secas. Estes são eventos quase recordes ou recordes”, afirma Cook.

Estados Unidos

  • Lago Mead, sudoeste do país

O Lago Mead é o maior reservatório de água dos Estados Unidos. Ele abastece milhões de pessoas em mais de sete estados americanos e até algumas regiões do norte do México.

Na imagem acima é possível ver como seus níveis de água estão baixos. Com cerca de 27% da sua capacidade total, o reservatório está em seu ponto mais baixo em 85 anos, quando o lago foi abastecido pela primeira vez.

Lago Mead — Foto: Arte/g1

Lago Mead — Foto: Arte/g1

  • Lago Powell, Utah

 

No Lago Powell, a segunda maior reserva dos Estados Unidos, a situação também não é muito diferente.

O reservatório está com cerca de 26% de sua capacidade, seu menor nível desde 1967.

Lago Powell, Utah — Foto: Arte/g1

Lago Powell, Utah — Foto: Arte/g1

China

  • Rio Yangtze, Chongqing

 

O maior rio da China, o Yangtze, também está sofrendo os efeitos de uma forte seca.

Na imagem acima, a ESA fotografou, em dois períodos diferentes, o leito do rio próximo à cidade de Chongqing, um município relativamente grande no sudoeste do país. Na imagem de 2022, é possível ver bancos de areias expostos.

De acordo com o Ministério de Recursos Hídricos da China, a bacia do rio Yangtze registrou sua menor precipitação para um verão desde 1961.

Rio Yangtze, Chongqing, China — Foto: Arte/g1

Rio Yangtze, Chongqing, China — Foto: Arte/g1