Recife é a primeira cidade na América Latina a integrar projeto para criação de seguro contra desastres climáticos
Prefeito João Campos assinou documento durante reunião do Comitê Executivo Regional – RexCom, do ICLEI. Iniciativa vai permitir que a cidade receba apoio técnico e financeiro para acesso ao seguro
Para garantir a proteção das pessoas e da cidade contra eventos climáticos extremos, o prefeito João Campos assinou na tarde desta terça-feira (15), durante reunião do Comitê Executivo Regional (RexCom) do ICLEI América do Sul, a Carta de Intenção para adesão ao projeto ProUrbano – Seguro de Infraestrutura Urbana (UIIF, na sigla em inglês). Com a iniciativa, a capital pernambucana passa a ser a primeira na América Latina a participar de projeto para a criação de seguro contra desastres climáticos.
“Recife tem gosto de ser o primeiro a fazer parte desse projeto. Isso traz uma responsabilidade grande para gente, por acreditar no poder da inovação recifense. Eu tenho certeza que nossa equipe vai estar completamente envolvida para poder fazer essa modelagem aqui na cidade. Que a gente tenha o cuidado permanente com o nosso meio ambiente e com as mudanças climáticas que podem ter um efeito negativo na nossa convivência. Recife é a primeira cidade a assinar e a fazer parte, na América Latina e por isso a gente tem a obrigação de fazer dar certo. Mostrar que esse é um caminho que fortalece a nossa cidade e o nosso compromisso”, declarou o prefeito do Recife, João Campos.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), o Recife é a 16ª cidade mais vulnerável aos efeitos da mudança do clima. Diante disso, encontra-se a importância de se aderir ao o ProUrbano – Seguro de Infraestrutura Urbana faz parte da Parceria Global de Seguros para Resiliência, ou InsuResilience (IGP, na sigla em inglês). O seguro tem como objetivo apoiar os governos municipais na proteção da infraestrutura urbana crítica e da população em situação de vulnerabilidade frente a desastres naturais causados por eventos climáticos extremos.
Com a manifestação de interesse em participar da ProUrbano – Seguro de Infraestrutura Urbana, Recife poderá receber apoio técnico e financeiro para acesso à cobertura de seguro urbano contra crescentes riscos causados por eventos climáticos extremos, por meio do desenvolvimento de produtos de seguro sob medida. Ao longo de 1 ano, a capital pernambucana irá dialogar com seguradoras, instituições financeiras, organizações e departamentos governamentais, a fim de facilitar a avaliação da exposição da cidade aos riscos de desastres naturais e à compreensão das condições legais, políticas e financeiras relevantes, bem como das lacunas existentes no financiamento de riscos de desastres.
O secretário executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo, destacou que a escolha do Recife para participar do projeto ProUrbano levou em conta o compromisso e pioneirismo da cidade no enfrentamento à emergência climática. “Que o seguro possa cobrir os vazios de financiamento e ampliar a inserção de critérios de sustentabilidade no desenho urbano. Estamos começando com uma cidade modelo de resiliência e queremos que seu exemplo inspire outras cidades a seguirem pelo mesmo caminho”.
A principal ação da iniciativa, liderada pelo ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade e financiada pelo governo alemão, por meio do KfW – Banco de Desenvolvimento em nome do Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ sigla em alemão), é apoiar a criação e o acesso a seguros como parte de estratégias consistentes de gestão de risco de desastres nas cidades latino-americanas. “Ninguém está aqui por acaso. Estamos reunidos porque sabemos o que temos que fazer para a gente poder ter um planeta para as próximas gerações”, declarou o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e presidente do ICLEI América do Sul, Geraldo Julio.
O apoio técnico e os subsídios financeiros fornecidos pelo ProUrbano – Seguro de Infraestrutura Urbana são limitados a governos municipais que estejam capacitados e comprometidos em explorar o potencial de incluir soluções de seguro contra riscos climáticos em suas próprias estratégias e na estrutura municipal de Gerenciamento de Riscos de Desastres.
