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Projeto ajuda a preservar animais marinhos na costa do Espírito Santo

Projeto ajuda a preservar animais marinhos na costa do Espírito Santo

Um trabalho pioneiro está monitorando – com drones e microfones submersos – os animais que passam pela costa do Espírito Santo. O objetivo é ajudar na preservação de espécies, como baleias e golfinhos.

Na imensidão azul ela parece estar sozinha. Mas não está. Chega uma baleia para fazer companhia à arraia jamanta. Os pesquisadores acreditam que um animal percebeu a presença do outro. Nadaram próximos assim por um bom tempo.

O registro dessa interação foi considerado raro pela equipe do projeto Amigos da Jubarte, que trabalha em parceria com Universidade Federal do Espírito Santo. O monitoramento é feito no ar, com drones; e no fundo do mar.

São captados sons das baleias e também dos golfinhos. A equipe de pesquisa cedeu imagens de um super grupo com quase cem indivíduos, da espécie boto cinza. No verão, eles se aproximam mais da costa.

O monitoramento com drones é realizado, pelo menos, uma vez por semana. A vistoria é de uma área marítima de 3.300 quilômetros quadrados.

Os drones são controlados da terra e em embarcações, no mar. Esse monitoramento dos animais que passam pelo litoral acontece desde 2014 no Espírito Santo, mas, pela primeira vez, está sendo realizado também nos primeiros meses do ano.

O trabalho era feito só entre junho e novembro porque estava voltado para monitorar principalmente as baleias jubarte. Elas saem da Antártida para se reproduzir no litoral capixaba. São mais de 20 mil animais. Mas no restante do ano não havia um registro de imagens como está sendo feito agora.

A pesquisa é para conhecer mais a diversidade de espécies, a localização, o comportamento dos animais marinhos e quais são as ameaças à sua preservação.

“Redes de pesca, navegação, poluição, tudo isso pode impactar a vida desses cetáceos”, explica Thiago Ferrari, coordenador dos projetos Amigos da Jubarte e Golfinhos do Brasil.

Baleias, golfinhos, tubarões, tartarugas, aves: a variedade de espécies que está sendo registrada agora é mais uma confirmação de que essa é uma das regiões com a maior diversidade do Brasil, por causa de uma combinação de correntes marinhas e de uma cadeia submersa de montanhas, que sai de Vitória e vai até a Ilha de Trindade, a 1.200 km da costa. Esse relevo submarino gera alimentos para os animais, que, por usa vez, são uma atração turística.

Em 2021, mais mil pessoas fizeram o passeio para ver as baleias jubarte, em Vitória. A intenção é fazer o mesmo quando as baleias estiveram distantes, mas o mar capixaba ainda terá muitas opções para os visitantes que gostam de observar a fauna marinha.

“Estudos internacionais muito importantes demonstram isso que a principal ferramenta para conservação da própria espécie é o turismo de observação natural”, acrescenta Thiago Ferrari.