Anchor Deezer Spotify

Por que comemos mais quando estamos estressados? A ciência explica

Por que comemos mais quando estamos estressados? A ciência explica

Pesquisa australiana feita com camundongos explica por que animais estressados comem mais e tendem a preferir dieta mais calórica

Atire a primeira pedra quem nunca devorou uma sobremesa para descontar o estresse de uma situação difícil. Uma pesquisa australiana avançou para encontrar uma explicação científica para o fato de as pessoas compensarem o estresse com comida.

Em situações normais, quando estamos satisfeitos, uma área do cérebro chamada de habênula lateral desliga os sinais de recompensa para a comida. Mas, quando estamos estressados, essa região continua estimulando a ingestão de alimentos, nos levando a comer mais e mais.

“O estresse pode anular uma resposta natural do cérebro que diminui o prazer obtido ao comer – o que significa que o cérebro segue continuamente recompensado para comer”, afirma o pesquisador de distúrbios alimentares Herbet Herzog.

Os pesquisadores acreditam que o papel da habênula lateral seja modulado por uma molécula chamada NPY, que o cérebro produz naturalmente em situações de estresse. Durante o estudo, ao bloquear os receptores de NPY em cobaias, os pesquisadores verificaram que os camundongos consumiram menos alimentos açucarados e ganharam menos peso.

Pesquisa com camundongos

A pesquisa foi feita com dois grupos de camundongos, metade deles foi exposta a situações que levassem ao estresse crônico e os demais foram mantidos em condições normais de laboratório. Ambos receberam a mesma dieta rica em gordura e comeram sem restrições, a quantidade que desejaram.

Os roedores estressados ganharam o dobro do peso em comparação com os do grupo de controle. Também consumiram três vezes mais açúcar do que os demais. Quando os receptores da NPY foram bloqueados, os camundongos estressados passaram a comer menos e também a diminuir a buscar por açucar.

“O estresse crônico, combinado com uma dieta de alto teor calórico, pode levar a uma ingestão cada vez maior de alimentos, bem como a uma preferência por alimentos doces e altamente palatáveis, promovendo assim o ganho de peso e a obesidade”, afirmam os autores do estudo.