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NASA divulga primeiros mapas de poluição feitos por instrumento espacial

NASA divulga primeiros mapas de poluição feitos por instrumento espacial

Na última quinta-feira (24), a NASA divulgou as primeiras imagens feitas pelo novo instrumento de monitoramento de poluição, lançado ao espaço no início deste ano. O TEMPO (Tropospheric Emissions: Monitoring of Pollution, ou na tradução livre, Emissões Troposféricas: Monitorização da Poluição) é o primeiro instrumento espacial concebido para medir continuamente a qualidade do ar.

Segundo o político e astronauta Bill Nelson, administrador da NASA, a ideia do instrumento é ajudar os milhões de norte-americanos que sentiram em primeira mão o efeito da fumaça dos incêndios florestais na saúde.

“A NASA e a administração Biden-Harris estão empenhadas em tornar mais fácil para os tomadores de decisão acessarem e usarem os dados do TEMPO para monitorar e melhorar a qualidade do ar que respiramos, beneficiando a vida aqui na Terra”, declara, em comunicado divulgado pela própria agência.

O TEMPO chega com a premissa de melhorar significativamente os estudos sobre a poluição causada pelo trânsito, o tabagismo e cinzas de incêndios florestais e vulcões, além dos efeitos da aplicação de fertilizantes nas terras agrícolas.

Os dados do TEMPO devem ajudar os cientistas a avaliar os impactos dos poluentes na saúde e a criar mapas de poluição atmosférica, melhorando a compreensão das disparidades na qualidade do ar. Esses dados serão partilhados com agências parceiras que monitorizam e fazem previsões acerca da qualidade do ar.

Mapas de poluição

Os primeiros mapas de poluição divulgados pela NASA mostram concentrações de gás dióxido de nitrogênio, proveniente da poluição ao redor das cidades da América do Norte. O TEMPO mede a luz solar refletida e espalhada pela superfície, nuvens e atmosfera da Terra. Os gases na atmosfera absorvem a luz solar, e os espectros resultantes são então usados ​​para determinar as concentrações de vários gases no ar, incluindo o dióxido de nitrogênio.

Abaixo, podemos ver os níveis de dióxido de nitrogênio na região DC/Filadélfia/Nova York às 12h14 do último dia 2:

(Imagem: Kel Elkins/NASA's Scientific Visualization Studio)
(Imagem: Kel Elkins/NASA’s Scientific Visualization Studio)

O mapa também indica os níveis de dióxido de nitrogênio na região DC/Filadélfia/Nova York às 16h24 deste mesmo dia:

(Imagem: Kel Elkins/NASA's Scientific Visualization Studio)
(Imagem: Kel Elkins/NASA’s Scientific Visualization Studio)

“O TEMPO está começando a medir a poluição atmosférica diurna de hora em hora na grande América do Norte”, conta Kelly Chance, principal pesquisador envolvido com o instrumento. “Ele mede ozônio, dióxido de nitrogênio, formaldeído, aerossóis, vapor de água e vários gases residuais. Já estão sendo planejados quase 50 estudos científicos baseados nesta nova forma de coletar dados.”

TEMPO, o monitor de poluição

O instrumento TEMPO foi construído pela Ball Aerospace e começará a operar plenamente em outubro, coletando varreduras diurnas de hora em hora, sendo o primeiro a observar a poluição na América do Norte desta forma.

“Estamos entusiasmados em ver os dados iniciais do instrumento TEMPO e que o desempenho é tão bom quanto poderíamos imaginar agora que ele está operando no espaço”, aponta Kevin Daugherty, gerente do projeto TEMPO no Centro de Pesquisa Langley, da NASA.

Perigos da poluição à saúde

O cenário é preocupante. Além dos malefícios ao próprio planeta Terra, a humanidade em si também já colhe as consequências negativas que os poluentes geram à saúde, conforme observamos em diversos estudos. Mesmo baixos níveis de poluição do ar podem prejudicar a saúde.

Estudos já chegaram a apontar que a poluição do ar piora a resistência a antibióticos. E os malefícios não são apenas físicos, propriamente ditos: a poluição pode causar demência, para se ter uma noção.