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Não pode adotar? Veja como ajudar animais em situação de vulnerabilidade

Não pode adotar? Veja como ajudar animais em situação de vulnerabilidade

É possível ajudar castrando animais abandonados, fazendo doações para ONGs e abrigos, tornando-se voluntário e também servindo como lar temporário

Ninguém gosta de ver um animal na rua, é verdade, mas nem todos podem simplesmente levá-lo consigo e adotá-lo. Questões como impossibilidade financeira, falta de tempo para cuidar do bicho, presença de outros animais em casa e problemas de saúde podem dificultar o compromisso.

Mas, felizmente, existem outras formas de ajudar animais em situação de vulnerabilidade que não a adoção.

Segundo Paula Belleza, voluntária na ONG Vira-Lata é Dez, quem deseja contribuir pode auxiliar castrando animais de rua e ajudando no controle populacional.

“Também se pode ajudar uma ONG de animais recorrentemente, seja com serviços voluntários, produtos de limpeza, produtos para pet ou doações em dinheiro”, diz.

Ela também comenta sobre a possibilidade de se voluntariar como lar temporário, ajudando a abrigar os bichos até que eles sejam adotados por alguém. Este, no entanto, é um dos maiores desafios encontrados por ONGs e abrigos.

“Às vezes, quem vê um bichinho em situação de vulnerabilidade pede ajuda, mas o que a pessoa quer, na verdade, é não vê-lo naquela situação. Ela quer que o problema saia da frente dela”, diz Gabriel Chaves, fundador da ONG Casa do Vira-Lata.

Algumas formas de ajudar animais são realizando castrações, doando produtos ou dinheiro para ONGs, tornando-se voluntário ou servindo como lar temporário — Foto: Unsplash/ Wayne Low/ CreativeCommons

Algumas formas de ajudar animais são realizando castrações, doando produtos ou dinheiro para ONGs, tornando-se voluntário ou servindo como lar temporário — Foto: Unsplash/ Wayne Low/ CreativeCommons

Segundo Gabriel, é comum que as pessoas o procurem com animais resgatados em busca de ajuda, mas quando ele assume o compromisso de cuidar do bicho com castração, vacinas e vermífugos para então devolvê-lo a ela como lar temporário, quase sempre há uma negação.

“É comum que resgatem o animal por impulso e já queiram jogar numa ONG. Mas o que a gente incentiva é ir com calma e digerir o que está acontecendo, já que é algo novo para o bicho também. Nós então publicamos uma foto dele e marcamos os perfis na internet para fazer o apelo de adoção.”

Servir como lar temporário ajuda a ONG a manter o animal em segurança e cuidados enquanto não se encontra um possível adotante — Foto: Unsplash/ Evan Clark/ CreativeCommons

Servir como lar temporário ajuda a ONG a manter o animal em segurança e cuidados enquanto não se encontra um possível adotante — Foto: Unsplash/ Evan Clark/ CreativeCommons

O ideal, para ele, é que a pessoa que resgatou o animal se inclua na solução do problema. Ou seja: que busque, sim, ajuda para cuidar daquele bicho, mas também esteja disposta a participar.

“Quando falam ‘tem um animal abandonado aqui na minha rua, vocês podem vir buscar?’ é frustrante, porque recebemos dezenas de mensagens assim todos os dias”, explica o fundador do abrigo.

Como adotante

Se, todavia, você busca adotar um animal, existem alguns protocolos a serem cumpridos. Geralmente, a ONG precisa averiguar que o futuro tutor tem condições de cuidar daquele pet e o fará de forma responsável, o que demanda passar por uma triagem e entrevista.

“Pessoas maiores de 18 anos podem adotar um animal, mediante entrevista e comprovação de residência. Devem residir em casas ou apartamentos protegidos por muros e telas de segurança. Não doamos animais para sítios ou segurança de propriedades”, explica Paula sobre as diretrizes da ONG Vira-Lata é Dez.

Para adotar um animal, o futuro tutor deve cumprir uma série de requisitos estabelecidos pela ONG ou abrigo a fim de garantir a segurança do animal — Foto: Unsplash/ Simone Dalmeri/ CreativeCommons

Para adotar um animal, o futuro tutor deve cumprir uma série de requisitos estabelecidos pela ONG ou abrigo a fim de garantir a segurança do animal — Foto: Unsplash/ Simone Dalmeri/ CreativeCommons

“Só doamos para quem se disponibilizar a pagar a taxa de adoção, o que demonstra que a pessoa tem condição de arcar com os custos de um animal. Ela também precisa autorizar visita da ONG na residência, antes e após a adoção”, completa.

Na Casa do Vira Lata, também não é qualquer pessoa que pode adotar um bicho.

“Fazemos uma peneira de perfis e conferimos a compatibilidade entre o adotante e o animalzinho em questão. Os motivos de alguém ser aprovado ou reprovado na entrevista são diversos, e não é bom expor isso, porque, de certa forma, pode preparar os possíveis adotantes a responderem de forma não orgânica e já estratégica para conseguir uma adoção”, explica Gabriel.

Seja como adotante, lar temporário ou outro tipo de ajuda, porém, é importante que os interessados cumpram o dever com responsabilidade para que estes animais jamais voltem à situação vulnerável em que se encontravam e tenham a vida segura e confortável que merecem.