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Mau hálito pode ser sinal de alerta para diabetes, apontam especialista

Mau hálito pode ser sinal de alerta para diabetes, apontam especialista

Neste Dia Nacional do Diabetes (26), especialistas apontam para o fato dessa doença metabólica ser, às vezes, silenciosa. Nesses casos, o paciente pode descobrir o diagnóstico quando a condição já está avançada. No entanto, o que pouca gente sabe é que a halitose, popularmente conhecida como mau hálito, pode ser um dos indicadores do problema provocado pela falta de insulina no sangue.

Com ou sem diagnóstico, pessoas com diabetes tipo 1 ou 2 têm maior risco de apresentar problemas de saúde bucal, incluindo casos de gengivite. Em especial, está o mau hálito, como afirma Cláudia C. Gobor, dentista especialista em halitose e diretora-executiva da Associação Brasileira de Halitose (ABHA).

O que é mau hálito?

Quando o assunto é mau hálito, não tem muito o que perfumar, já que a condição é mesmo definida pelo mau cheiro proveniente da boca do paciente. Na maioria das vezes, o odor é causado pelos gases das bactérias, que vivem nos dentes e na superfície da língua. Há até quem relata ter hálito de fezes.

Para especialista, mau hálito é possível sintoma do diabetes (Imagem: Eddows_arunothai/Envato)

A questão é que a halitose pode ser um simples indicador de falta de cuidados diários na hora da escovação e da higienização dos dentes, mas, em alguns casos, pode estar conectada a problemas mais graves, como diabetes mellitus ou ainda distúrbios gastrointestinais. O tabagismo também é associado com a questão.

Por que o mau hálito ocorre em pessoas com diabetes?

Quando o paciente diabético não realiza o tratamento médico e fica sem insulina, os níveis elevados de açúcar no sangue aumentam também os níveis de glicose na saliva. É como se as bactérias da boca recebessem um banquete, já que se alimentam da glicose.

A halitose surge “devido às variações no nível de glicose do corpo que ocorre quando o diabetes se apresenta descontrolado, e isso leva os diabéticos a apresentarem alterações no hálito”, pontua Gobor.

Ao longo do tempo, as bactérias e os restos de alimentos formam placas e podem também causar cáries, doenças periodontais e até a perda do dente, o que reforça a importância de pacientes com diabetes priorizarem os cuidados da higiene bucal, assim como fazem com os olhos — o que evita a retinopatia diabética, responsável por causar cegueira.

Mau hálito como sintoma do diabetes

Para pessoas que não têm diagnóstico para o diabetes, o mau hálito constante deve ser encarado como um possível sintoma. Afinal, “o diabetes geralmente não apresenta sintomas ou dor, mas há certos sinais que acendem uma luz de alerta e que em muitos casos são relacionados com a saúde bucal”, explica a dentista.

Pessoas com diaebtes têm mais problemas envolvendo a saúde bucal (Imagem: AtlasComposer/Envato)

“O aparecimento de secura na boca, aftas e cáries são os sintomas mais comuns dos diabéticos que podem levar ao mau hálito. O diagnóstico correto ajuda tanto com a diabetes quanto com a halitose”, complementa.

Vale pontuar que conhecer esses indicadores não óbvios do diabetes é fundamental, ainda mais considerando as previsões globais para o aumento da prevalência da condição. É estimado que, até 2050, mais de 1,3 bilhão de pessoas irão conviver com a doença, sendo que o diabetes tipo 2 será a forma mais comum.

Como prevenir a halitose do diabetes?

Mesmo que a halitose seja mais comum em pessoas com diabetes, isso não significa dizer que todo diabético tem mau hálito. O ponto é que esses indivíduos devem ter atenção redobrada durante os cuidados que devem ser diários.

Confira as melhores formas de prevenir a halitose:

  • Escovação dos dentes após cada refeição;
  • Uso de fio dental uma vez ao dia, preferencialmente antes de dormir;
  • No caso dos diabéticos, realizar o tratamento médico conforme a orientação;
  • Evitar alimentos e bebidas muito açucaradas;
  • Não fumar;
  • Manter o corpo hidratado, o que reduz a “secura” da boca;
  • Ao identificar alguma alteração nos dentes ou na gengiva, é importante buscar orientação de um profissional.

“A intervenção precoce pode ajudar a identificar e resolver possíveis problemas antes que eles piorem, reduzindo o risco de desenvolver complicações dentárias”, completa a dentista, reforçando a importância de check-ups regulares.