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Fibra alimentar “invisível” pode tornar alimentos mais saudáveis sem interferir no sabor

Fibra alimentar “invisível” pode tornar alimentos mais saudáveis sem interferir no sabor

Em testes de sabor com pães e bolos, a equipe descobriu que poderia acrescentar entre 10-20% mais fibras nos alimentos sem modificar o sabor

Pesquisadores desenvolveram uma “fibra invisível”, conhecida como FiberX, capaz de acrescentar até 20% mais fibra nas refeições das pessoas sem promover alteração detectável de cor, textura ou sabor do alimento. As fibras possuem um papel vital no bom funcionamento do organismo e na manutenção da saúde, pois auxiliam na prevenção da obesidade, diabetes tipo 2 e certas doenças cardiovasculares. Além disso, são elas responsáveis por promover a motilidade do intestino e participar da composição das fezes.

O composto foi desenvolvido em parceria com o Microtec Engineering Group e promete enriquecer a qualidade nutricional dos alimentos. De acordo com o professor associado Asgar Farahnaky, agora alimentos básicos e comuns na dieta das pessoas poderão conter fibra extra sem qualquer alteração de sabor, textura ou cor, um dos principais fatores da baixa aceitabilidade dos suplementos de fibra comercialmente disponíveis.

Os cientistas conseguiram produzir essa novidade a partir do amido, a reserva energética dos vegetais, através da aplicação de tratamentos químicos que modificasse a estrutura molecular do amido da mandioca, do trigo e do milho. Essas reações químicas tornam o amido menos digerível, assim como a fibra natural, o que confere todos os benefícios já apontados.

Ao realizar testes de sabor com pães e bolos, a equipe descobriu que poderia acrescentar entre 10-20% mais fibras nos alimentos antes que as pessoas começassem a notar alguma diferença. Os testes de laboratório apontaram que o processo de modificação química conseguiu converter mais de 80% do amido em fibra dietética.

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Imagem: Alimentos ricos em fibras. Créditos: Tatjana Baibakova/Shutterstock

Fibras livres de produtos químicos

Agora, os pesquisadores vão trabalhar para conseguir esse mesmo resultado através de métodos físicos ou enzimáticos, um método melhor para o meio ambiente e que garantirá na rotulagem a informação de que o suplemento é “livre de produtos químicos”.

Outro ponto interessante equipe está na parceria estabelecida com a Fight Food Waste Cooperative, que visa utilizar amidos e fibras residuais como matéria prima da FiberX. Farahnaky vê grandes possibilidades no uso dessa tecnologia: “a indústria de alimentos terá acesso a grandes quantidades de fibra dietética invisível a um preço acessível para fornecer alimentos ricos em fibras aos consumidores”.