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Vacina universal para gripe pode ficar pronta daqui a dois anos

Vacina universal para gripe pode ficar pronta daqui a dois anos

Nova vacina desenvolvida pela Universidade da Pensilvânia é projetada para combater todos os 20 subtipos de influenza A e B

Uma vacina universal contra a gripe, que protege contra todas as cepas do vírus, pode ficar pronta em um futuro mais próximo do que se pensava. Um estudo publicado na revista Science na quinta-feira (24) descreve a nova vacina, projetada para preparar o sistema imunológico contra todos os 20 subtipos de influenza A e B e possivelmente qualquer vírus da gripe que surja.

O medicamento desenvolvido por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, é baseado na mesma tecnologia de mRNA usada nas vacinas de Covid, e por enquanto protege camundongos e furões contra influenza grave, abrindo caminho para ensaios clínicos em humanos.

Os cientistas envolvidos trabalham em vacinas universais contra a gripe há mais de uma década, já que as que estão em circulação protegem até quatro cepas do vírus. Os experimentos em camundongos e furões provaram que a vacina mRNA da gripe provocava altos níveis de anticorpos estáveis ​​por vários meses e protetores contra múltiplas cepas do vírus.

“Dar às pessoas um nível ‘básico’ de imunidade contra toda a gama de cepas de gripe pode levar a muito menos doenças e menos mortes quando a próxima pandemia de gripe acontecer”, disse Scott Hensley, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, ao jornal britânico The Guardian.

Ainda que os testes em animais sejam promissores, ainda são necessários ensaios clínicos para verificar se a vacina protege os humanos da mesma forma, sem causar efeitos colaterais perigosos.

Em entrevista ao programa Radio 4 Today da BBC, John Oxford, virologista da Universidade Queen Mary, em Londres, afirmou que, apesar de não fazer parte da pesquisa, acredita que essa vacina pode estar pronta para uso em até dois anos. “Não posso enfatizar o quão inovador esse estudo é”, ressaltou. “O potencial é enorme, e acredito que às vezes nós subestimamos esses grandes vírus respiratórios.”