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Em imagens, confira 10 animais declarados extintos no século 21

Em imagens, confira 10 animais declarados extintos no século 21

Espécies foram declaradas extintas ou possivelmente extintas nos últimos cerca de 50 anos. Realizada no Canadá, Convenção sobre Diversidade Biológica (COP15) quer mudar esse cenário

Embora cientistas tenham documentado inúmeras novas espécies de animais desde o início do século 21, muitas outras também foram extintas. E, em grande parte dos casos, os seres humanos são – direta ou indiretamente – os principais responsáveis pela extinção, apesar de pesquisas inovadoras e dos esforços de conservação que têm ganhado cada vez mais espaço.

Determinar o número de espécies perdidas é difícil, com estimativas variando de duas dúzias a até 150. Números à parte, porém, cada espécie perdida é um sério obstáculo à biodiversidade. Espera-se que a Convenção sobre Diversidade Biológica, a COP15, que começou nesta quarta-feira (7) no Canadá, dê origem a um grande acordo de defesa da biodiversidade capaz de frear a perda de espécies, assim como o Acordo de Paris busca enfrentar a emergência climática. Como crises “gêmeas”, combater tanto o aquecimento global quanto a degradação dos ecossistemas é essencial para garantir uma vida harmônica na Terra.

Das cerca de 41 mil espécies de plantas e animais avaliadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) em 2022, mais de 16 mil foram declaradas ameaçadas de extinção. Os animais estão desaparecendo em taxas históricas devido, principalmente, à interferência humana, apontam especialistas. Um aumento na população humana levou a uma maior demanda por alimentos, aumento no desenvolvimento e no desmatamento, um crescente problema de poluição, sobrepesca e caça excessiva, para citar alguns dos problemas. Estimativas recentes apontam que as espécies estão se extinguindo até mil vezes mais rápido do que antes da existência dos humanos.

Na galeria a seguir, confira alguns dos animais recentemente declarados extintos na natureza ou que atualmente existem apenas em cativeiro.

10 animais declarados extintos no século 21

A Oophaga speciosa, uma espécie de rã endêmica que habitava áreas protegidas do oeste do Panamá, foi declarada extinta em 2020 e registrado pela última vez em 1992. Pesquisadores acreditam que o surto de um fungo em sua área de origem levou à extinção na década de 1990. O desmatamento e a degradação do habitat nas terras baixas úmidas e nas florestas montanhosas onde vivia já haviam enfraquecido e diminuído o tamanho da população.
O Maui ʻakepa (Loxops ochraceus) é uma ave canora nativa de Maui que teve o último avistamento relatado em 1988. Em 2021, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos declarou-a extinta. Como outras aves da floresta havaiana, a perda de habitat, a competição com espécies introduzidas pelo homem e doenças levaram ao seu desaparecimento. Pesquisadores também apontam a gripe aviária, espalhada por mosquitos introduzidos em seu território, pela extinção do Maui ʻakepa. — Foto: Hiart / Wikimedia Commons
A última tartaruga-das-galápagos-de-Pinta conhecida (Chelonoidis abingdonii) foi Lonesome George, um ícone de Galápagos, que morreu em cativeiro em 24 de junho de 2012. Desde então, uma equipe de expedição localizou algumas tartarugas híbridas de primeira geração nas proximidades do Volcán Wolf, um pico vulcânico no norte da Ilha Isabela, outra das Ilhas Galápagos no Equador. O uso das tartarugas como fonte de alimento a bordo para baleeiros do século 19 e o desmatamento provocado por cabras introduzidas pelo homem podem ter levado à extinção da espécie. — Foto: Arturo de Frias Marques / Wikimedia Commons
A espécie de roedor Melomys rubicola foi declarada extinta pela IUCN em maio de 2015 e pelo governo australiano quatro anos depois, em 2019. Seu último avistamento ocorreu em 2009, na pequena ilha de coral Bramble Cay, na Austrália, o único lugar no mundo onde viviam os pequenos roedores. Quando os cientistas chegaram à ilha em 2011 e 2014, na esperança de capturar algumas espécies para ter uma “população segura em cativeiro”, não havia nenhuma para ser encontrada. O governo do estado australiano de Queensland disse que foi a primeira extinção documentada de mamíferos provocada por mudanças climáticas causadas pelo homem. A perda de habitat, principalmente da vegetação da ilha, ocorreu devido ao aumento do nível do mar. Além disso, a análise realizada pelos cientistas do governo de Queensland indica que as tempestades, intensificadas pelo aquecimento global, também levaram ao afogamento de alguns animais.
A espécie de molusco gastrópodes terrestre Partula suturalis foi declarada extinta na natureza em 2009. Essa extinção ocorreu devido a uma cadeia de eventos causados pelo homem. O caracol foi introduzido no Taiti em 1967 como fonte de alimento, mas escapou e começou a destruir as plantações. Mais tarde, os biólogos tentaram controlar esse caracol introduzindo a espécie predadora Euglandina rosea em 1977. Essa espécie então erradicou os caracóis nativos, incluindo o Partula suturalis. Esta e outras espécies de caramujos polinésios agora só existem em populações cativas.
O mergulhão-de-alaotra (Tachybaptus rufolavatus), ou grebe-de-alaotra, foi declarado extinto em 2010, embora possa ter desaparecido anos antes. Os cientistas hesitaram em confirmar a extinção do pequeno pássaro muito cedo porque ele vivia em uma parte remota de Madagascar conhecida como Lago Alaotra. Pesquisas completas da área em 1989, 2004 e 2009 não encontraram nenhuma evidência da espécie, e o último avistamento confirmado foi em 1982. A população do mergulhão-de-alaotra começou a diminuir no século 20 por causa da destruição do habitat e porque as poucas aves restantes começaram a acasalar com pequenos mergulhões, criando uma espécie híbrida. Considerando o alcance restrito e a falta de mobilidade da ave, os cientistas a declararam extinta. Hoje, existe apenas uma fotografia conhecida de um mergulhão-de-alaotra na natureza.
O poʻo-uli (Melamprosops phaeosoma) é endêmico da ilha de Maui, no Havaí, e foi listado como extinto em 2019. Era um pássaro muito quieto – muito mais quieto do que outras aves havaianas, raramente cantando. Registrado pela primeira vez por estudantes universitários que participaram do projeto Hana Rainforest nas encostas sudeste de Haleakala em 1973, este pássaro comia aranhas, insetos, besouros, larvas de borboletas e caracóis. Na época, sua população era estimada em apenas cerca de 200. Das três aves conhecidas descobertas em 1998, uma morreu em cativeiro em 2004, e os esforços para localizar as duas restantes não foram frutíferos desde aquele ano. A destruição do habitat, a rápida disseminação de mosquitos portadores de doenças e espécies invasoras comendo o poʻo-uli, bem como seus caracóis terrestres favoritos, são as principais teorias por trás da extinção.
Espécies foram declaradas extintas ou possivelmente extintas nos últimos cerca de 50 anos