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El Niño pode intensificar a desnutrição e aumentar os casos de dengue, alerta a OMS

El Niño pode intensificar a desnutrição e aumentar os casos de dengue, alerta a OMS

Seca e altas temperaturas podem ser os principais culpados para uma possível alta nos casos, informa a Organização Mundial da Saúde.

Na última sexta-feira (4/8), a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um documento alertando que o fenômeno climático global El Niño terá um impacto na saúde dos latino-americanos. Especificamente, poderá intensificar a desnutrição e os casos de dengue, Zika e Chikungunya.

No documento “Análise da Situação de Saúde Pública”, a OMS identifica os impactos atuais e potenciais na saúde que as populações vulneráveis podem enfrentar como resultado do clima.

O estudo identifica os principais riscos à saúde e as regiões e países que podem ser mais afetados. Na América Central e no norte da América do Sul, os países de alto risco identificados são: Colômbia, Peru, Venezuela, El Salvador, Guatemala, Guiana, Honduras, Nicarágua e Suriname.

Como o El Niño pode afetar os latino-americanos

Acredita-se que a previsão de chuvas abaixo do normal, além da probabilidade de temperaturas mais altas, contribua para a intensificação das condições de seca.

Como resultado, é provável que as colheitas sejam afetadas e que os preços de produtos como milho e feijão aumentem. Como resultado desse cenário, o acesso aos alimentos pode ser limitado, especialmente para as famílias vulneráveis.

“Há um risco potencial maior de dengue e outros arbovírus, como chikungunya e zika, entre julho e setembro, quando a seca pede mais armazenamento de água nos domicílios. Locais com água parada são propícios para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, e as temperaturas mais altas reduzem o período de incubação extrínseco dos vírus”.

Além disso, a seca pode levar a uma grave escassez de água e enfraquecer a capacidade das famílias de lidar com o aumento dos preços da água, exacerbando as necessidades humanitárias.

Pessoas com doenças crônicas que tomam medicamentos diariamente também correm maior risco de complicações médicas durante uma onda de calor, assim como os idosos e as crianças.

A OMS também alerta que os efeitos do El Niño na produção agrícola podem ter impacto sobre os preços dos alimentos, a inflação global e o desempenho econômico.

Quanto tempo pode durar o El Niño?

De acordo com o comunicado, o El Niño e o La Niña geralmente duram entre nove e doze meses, mas às vezes podem durar anos.

No momento, ainda há uma incerteza considerável sobre a duração e a intensidade do El Niño. No entanto, como a agência global reconhece, a maioria dos modelos até o momento sugere que o El Niño persistirá até pelo menos o final de 2023.