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Dá para cair na folia, produzir menos lixo e tirar nota 10 no quesito meio ambiente

Dá para cair na folia, produzir menos lixo e tirar nota 10 no quesito meio ambiente

Conheça iniciativas para diminuir o impacto dos resíduos gerados nesse período e se inspire para uma festa mais sustentável

Quando vai chegando fevereiro e o carnaval vai se aproximando, temos algumas certezas. Vai ter bloco, vai ter desfile, muito brilho, pouca roupa, calorão, novas tendências e muita alegria pelos quatro cantos do Brasil. Ao mesmo tempo, outra coisa também é certa: o bloco dos garis vai arrastar multidões de funcionários das prefeituras recolhendo um grande volume de lixo deixado para trás pelos foliões.

No Rio de Janeiro, por exemplo, foram recolhidas cerca de 300 toneladas de resíduos pela cidade em 2020. Em São Paulo, os garis removeram das ruas 560 toneladas de resíduos durante o pré-carnaval e o Carnaval. E, quando esse material não é separado e enviado para reciclagem, é levado para os aterros sanitários, onde contribui para as mudanças climáticas por conta da emissão de gases de efeito estufa como o metano.

Para minimizar a pegada de carbono dos dias de folia, várias iniciativas estão se mobilizando Brasil afora. O Um Só Planeta e a Menos 1 Lixo te mostram algumas delas:

O Bloco do Apego, de SP, começou a fazer a separação dos resíduos em 2019, quando recolheu 266 kg de recicláveis descartados pelos mais de 5 mil foliões que participaram da festa. “O bloco tinha três resíduos principais: vidro, papelão e plástico. Então, foi fácil a gente fazer esse controle”, disse Flávia Cunha, responsável pela reciclagem, ao portal G1.

O Bloco 442, do carnaval de rua do Rio de Janeiro, busca trabalhar com o conceito de “desfile lixo zero”. Em 2020, foram recolhidos 399 kg de materiais recicláveis distribuídos em vidros (108 kg), papelão (84 kg), plástico filme (53kg), garrafas pet (97kg) e latas de alumínio (57kg). Este ano o bloco desfila no dia 19 de fevereiro e já disse que vai se responsabilizar pelos resíduos gerados durante o percurso, em uma parceria firmada com a consultoria Impacta. Ainda no Rio de Janeiro, o projeto Sustenta Carnaval trabalha colocando a economia circular na prática: os resíduos têxteis das fantasias dos desfiles das Escolas de Samba são transformados em novas fantasias e decorações de carnaval em cidades do interior do estado.

Em 2019, o projeto “Do meu lixo cuido eu” coletou mais de 30 toneladas de resíduos durante os ensaios técnicos e desfiles na Marquês de Sapucaí. A iniciativa distribuiu sacolas para o público que foi curtir os desfiles, orientando como separar direitinho o seu próprio resíduo em orgânico ou reciclável. Do total coletado, apenas 150kg foi considerado rejeito, ou seja, quase todo o montante foi direto para reciclagem. Cerca de 65% destes recicláveis eram compostos por metal, 12% eram papelão e 21% plástico.

Já em Salvador, o instituto Fundo Limpo traz um outro enfoque: a limpeza do mar, para onde acaba indo grande parte dos resíduos que não são recolhidos, poluindo os oceanos e trazendo inúmeros perigos para a vida marinha. Em 2022, eles recolheram mais de 706 kg de resíduos nas proximidades de um dos principais circuitos do Carnaval de Salvador, o Dodô. O grupo de mergulhadores, surfistas e voluntários conta que, só de latinhas de alumínio, foram retiradas mais de 20 kg do fundo do mar. Bitucas de cigarro, roupas íntimas, pneus, mais de 800 palitos de churrasco, cordas, uma vassoura, uma escada e R$ 32 também estavam entre os materiais recolhidos. E este ano tem mais: os voluntários partem para a nova missão no dia 26 de fevereiro.