Conheça espécies de Florianópolis que correm risco de extinção
Guia fotográfico produzido pelo Laboratório de Ecologia de Anfíbios e Répteis da UFSC listou as 33 espécies de anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas) registrados na Capital
Um guia fotográfico produzido pelo Lear (Laboratório de Ecologia de Anfíbios e Répteis) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) listou as 33 espécies de anfíbios anuros [sapos, rãs e pererecas] registrados em Florianópolis.
Dois estão ameaçados de extinção, sendo eles a perereca-de-vidro e a moradora exclusiva da Capital, a rã-manezinho.
Conforme o biólogo Selvino Neckel de Oliveira, e um dos autores do guia, as espécies de sapos, rãs e pererecas que são encontradas em Florianópolis também ocorrem em outras regiões do país, com exceção da rã-manezinho [Ischnocnema manezinho], que é exclusiva da Capital.
Onde vivem
“A maioria das espécies de anfíbios habitam as áreas naturais de restinga, de mata e de banhados. Especificamente, a rã-manezinho ocorre em cavernas e afloramentos rochosos nas partes mais altas da Ilha”, explica o biólogo. “Enquanto que a perereca-de-vidro vive na vegetação às margens dos riachos em áreas nativas, sem interferência do homem”, acrescenta.
Neckel ainda explica os fatores que levam os pequenos anfíbios à extinção, e como podemos reverter esse quadro. “Algumas espécies estão ameaçadas de extinção devido à perda de seus habitats, que no caso de Florianópolis tem sido principalmente pelo crescimento desordenado da cidade”, comenta o biólogo.
“Para salvar estas espécies ameaçadas de extinção e evitar que outras sejam ameaçadas, precisamos criar políticas públicas voltadas para a preservação dos seus habitats”, afirma Selvino.
Conheça as espécies de anfíbios encontradas em Florianópolis
Conheça a rã-manezinho, moradora exclusiva de Florianópolis
A Ilha de Santa Catarina, conhecida por muitas belezas naturais, é casa de uma espécie única de rã, existente apenas em Florianópolis. Descoberta em 1996, a rã-manezinho, como foi chamada, ganhou notoriedade no final de 2020, quando a Câmara Municipal aprovou a inclusão do animal como uma espécie-bandeira, ou seja, um símbolo da Capital.
O nome homenageia os nativos da Ilha e, segundo a pesquisadora e bióloga Caroline Oswald, o nome científico registrado para a espécie também carrega a homenagem.
A rã está na lista nacional de espécies ameaçadas de extinção. “Como é uma espécie exclusiva da Ilha, não existente em outro lugar e aqui há ameaça de urbanização, ela acaba sendo alvo de extinção”, explica a bióloga.
Sem parentesco por perto, a espécie é parecida com rãs da Mata Atlântica. Segundo a pesquisadora, a rã-manezinho teria se separado da espécie irmã há cerca de 7,3 milhões de anos. “Acredita-se que a espécie tenha chegado até aqui pelo isolamento da Ilha com o passar dos anos e muitas mudanças climáticas e na fauna”, explicou Caroline.
Segundo a bióloga, a rã-manezinho gosta de lugares com pedras. Atualmente, os pesquisadores a tem encontrado em cavernas existentes no município. Caroline explica que a espécie está entre os 15% de rãs no mundo que não possui girino.
De cor marrom avermelhado, a rã-manezinho se camufla em folhas secas e é bastante encontrada na Lagoa do Peri, no Sul da Ilha, e no Poção, no bairro Córrego Grande.