Com apoio da população, Israel proíbe a pele animal na indústria da moda
Há menos de um ano, a ministra do meio ambiente de Israel, Gila Gamliel, descreveu a indústria de peles como “imoral”. Ela não só manifestou a intenção de tornar ilegal a venda de peles para fins de moda como fez exatamente isso, tornando o primeiro país do mundo a fazê-lo e com apoio de 86% da população.
Há poucas exceções. As peles ainda serão permitidas para pesquisa científica, educação ou instrução, e para propósitos religiosos ou tradição. Durante o Shabat, que é o dia de descanso do judaísmo, muitos homens judeus ortodoxos usam chapéus de pele chamados shtreimels e essa prática permanecerá protegida, para a frustração de alguns. A Sociedade de Proteção Animal de Israel declarou em outubro passado que o uso de shtreimels era “uma forma primitiva de praticar o judaísmo para causar tanta dor aos animais” e espera que a religião não “continue a ser uma desculpa” para continuar o comércio de peles.
Proibição de pele virando moda
Muitos países e cidades ao redor do mundo proibiram a produção de peles ou estão prestes a eliminar essa prática. A Europa está liderando o caminho no que diz respeito à proibição das peles, o que é significativo, já que pelo menos 50% da produção de peles em todo o mundo vem de países desse continente.
Países europeus com proibições atualmente em vigor incluem Luxemburgo, Alemanha, Reino Unido, Macedônia do Norte, Hungria, Estônia, Áustria, Croácia, Sérvia, Eslovênia, Suíça e República Tcheca.
Outros estão em vias de banir completamente a produção de peles, como a Dinamarca e a Suécia ou eliminando a prática ao longo do tempo, como na Irlanda, Eslováquia, Noruega, Bélgica e Holanda. Ucrânia, Polônia e Lituânia estão em processo de considerar a proibição. Fora da Europa, o Japão e a Nova Zelândia também proibiram o cultivo de peles. Em São Paulo, o uso de pele animal é proibido desde 2016.
Sem peles a partir de 2022
A grife italiana Valentino anunciou que eliminará as peles de suas coleções até 2022 e fechará a subsidiária, Valentino Polar. O objetivo da mudança é revigorar a marca e conectá-la a valores sociais e preocupações ambientais mais modernas.
Com isso, Valentino segue os passos de outras grandes marcas de moda, como Gucci, Chanel, Versace, Armani, Calvin Klein, Michael Kors e Prada, que desistiram de produtos de origem animal nos últimos anos. Até mesmo a Rainha da Inglaterra prometeu não adicionar novos itens com pele de verdade ao seu guarda-roupa.
De couro feito de cogumelo a camisetas feitas de garrafa PET, o fato é que há anos a indústria da moda vem investindo forte em tecnologia para desenvolver alternativas sustentáveis e é interessante ver o resultado, cada vez maior, de novos produtos chegando a esse mercado. A criatividade pode saltar em muitas direções diferentes e, felizmente, há muita inovação acontecendo nos têxteis. Que essa moda pegue!