Casca: empresa carioca coleta e composta seu lixo orgânico

Ao contratar o serviço de compostagem da Casca, assinante recebe brindes e cashback nos comércios locais e ainda tem garantido que 85% das coletas sejam sustentáveis

A Casca é uma empresa que faz a coleta e compostagem de resíduos orgânicos na zona sul do Rio de Janeiro. Criada por amigos que gostavam de compostar, o negócio de impacto cresceu e também passou a promover o comércio local, com um e-commerce que oferece brindes e cashback para quem contratar o serviço de coleta e compostagem dos resíduos orgânicos.

Como tudo começou?

Em 2019, uma amizade entre quatro amigos cresceu e se transformou em um negócio de impacto. Breno, Felipe, Joana e Nicholas tomaram gosto pela compostagem e sabiam da importância dessa prática para o planeta, mas a vontade de potencializar os efeitos positivos da reciclagem do resíduo orgânico não parou na ação individual.

Interessados por questões ambientais, os, até então futuros sócios da Casca, realizaram uma série de cursos na área ambiental, incluindo os de compostagem. Nessas vivências, decidiram expandir os impactos positivos da compostagem para além das suas ações individuais criando a Casca.

No início, com algumas dificuldades, a maioria dos clientes eram familiares e amigos. Porém, depois de alguns meses, a empresa foi crescendo e ganhando outros clientes de fora do círculo social dos sócios. A demanda  cresceu tanto que já não era mais possível fazer a reciclagem no terreno que usavam, e para não limitarem o crescimento e pararem de compostar, recorreram a uma empresa de compostagem industrial. Hoje, a maioria dos resíduos coletados são destinados corretamente para a Organosolo, empresa parceira da Casca.

Quando o caminhão da Casca enche de resíduos, o pessoal leva para uma empresa parceira compostar. Nessas idas e vindas, outro insight dos jovens empreendedores foi ampliar os laços com seus clientes e ampliar o impacto de seus negócios, criando uma loja on-line que fomenta a economia local com base nos princípios do locavorismo.

Hoje, localizada na zona sul do Rio de Janeiro, a Casca oferece os serviços de coleta e compostagem de resíduos orgânicos em casas e restaurantes, além de um e-commerce com brindes e cashback para assinantes.

Mas a ideia é não parar por aqui e expandir ainda mais. Para um dos sócios, Nicholas, “quando as pessoas entenderem a importância da compostagem e do consumo local, reconhecerão o impacto positivo dos serviços da Casca para o planeta”.

Como funciona? 

Com um triciclo, um colaborador da Casca deixa um balde de 18 litros na casa do assinante. Então, o cliente pode utilizá-lo para descartar seu lixo orgânico compostável como cascas de vegetais, frutas, borra de café, guardanapo, palito de dente, folhas secas, podas, carnes, papel, filtro de café e casca de ovo. Tudo que veio da natureza pode voltar para a natureza e se transformar em adubo.

É importante evitar colocar no balde resíduos como óleos, vidros e alumínio para não comprometer a compostagem. Mas não é necessário se preocupar com quantidade, pois é possível contratar o serviço de coleta uma ou duas vezes por semana ou a cada 15 dias, dependendo do tamanho da família e do consumo.

A cada coleta, o assinante recebe um novo balde limpo para começar novamente o descarte correto de seus resíduos orgânicos, que são coletados e levados para empresas especializadas em compostagem, parceiras da Casca. Atualmente, 85% das viagens para a coleta e entrega dos baldes não emitem carbono, pois são realizadas de triciclo. Porém, a meta dos sócios é que esse número chegue a 100%.

Pensando globalmente e agindo localmente

Além de reduzir o envio de mais da metade (em peso) dos resíduos domésticos que seriam enviados para aterros, os serviços da Casca impactam a sociedade positivamente promovendo o comércio local. Os assinantes do serviço de compostagem recebem um cashback no e-commerce com uma curadoria de produtos veganos e sustentáveis totalmente livres de frete, que são entregues toda sexta-feira. Além disso, é possível utilizar o cashback recebido e obter gratuitamente o adubo produzido, que fica disponível na loja on-line.

Inspirados na frase utilizada por ambientalistas ao redor do mundo “think globally, act locally” (pense globalmente, aja localmente), os sócios da Casca acreditam em uma economia mais local como guia para um futuro sustentável. Essa proposta vai ao encontro da demanda de consumidores conscientes, que também têm buscado contribuir para uma economia mais local, priorizando um estilo de vida chamado “locávoro”.

O locavorismo é um modo de viver que prioriza o consumo local e consciente. Ao preferir itens produzidos nas proximidades das regiões residenciais, a poluição emitida no transporte das mercadorias é sensivelmente reduzida, assim como as perdas decorrentes da degradação neste processo. Consumir localmente ainda representa um incentivo para pequenas empresas e produtores, o que contribui para a redução das desigualdades econômicas.

De modo geral, priorizar o consumo de produtos locais diretamente de agricultores ou de produtores ajuda a reduzir o uso de combustíveis no transporte, espaço e embalagens para o armazenamento, reduzindo a emissão de gases do efeito estufa. Ao unir o estilo de vida locávoro com a prática de compostar os próprios resíduos orgânicos, os clientes da Casca reduzem sua própria pegada ecológica por meio do consumo consciente.

A importância de fazer compostagem 

De acordo com dados do Panorama de Resíduos Sólidos do Brasil 2020, 40,5% de todo lixo coletado no território nacional tem destinação inadequada (dados de 2019). Em números absolutos, isso significa que, das 32,9 milhões de toneladas de resíduos orgânicos produzidos em 2019, 13,3 milhões foram destinados para ambientes inapropriados (aterros controlados e lixões), gerando contaminação ambiental. O mesmo relatório ainda aponta que a tendência é que este número aumente nos próximos anos.

Ao não compostar, estima-se que uma pessoa envie, em média, 170 quilos de matéria orgânica por ano para aterros e lixões. Essa quantidade representa 45,3% de todo o lixo (em peso) produzido por pessoa no País. Ao todo, são 35,82 milhões de toneladas de lixo orgânico produzido por ano, que poderia ser reciclado por meio da compostagem.

Por outro lado, compostar os resíduos domésticos reduz a emissão de gases do efeito estufa como CO2 e metano, evita que os resíduos contaminem o meio ambiente e ainda produz um rico adubo orgânico que pode ser utilizado para fertilizar plantas ornamentais e cultivar alimentos.

Ao ser utilizado para plantar, o adubo proveniente da compostagem ajuda a capturar CO2 da atmosfera, trazendo benefícios em dobro. O que seria descartado e impactaria negativamente o ambiente (o lixo orgânico), com a Casca, é reciclado e gera impactos positivos. Se você mora no Rio de Janeiro e está procurando reduzir os impactos do seu consumo praticando compostagem e locavorismo, fale com o pessoal da Casca.