Pesquisadores acharam em Catolé do Rocha o maior complexo arqueológico da PB e um dos maiores do país

A Paraíba pode ser berço do maior complexo arqueológico rupestre do Brasil. A área foi localizada na segunda-feira (23) pela equipe do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia (Labap), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), durante um trabalho de mapeamento no município de Catolé do Rocha, no Sertão do Estado. O achado histórico fica no Sítio Arqueológico Malhada de Areia, na zona rural, a cerca de 20 quilômetros da cidade.

“Sem sombra de dúvida, é o maior sítio arqueológico da Paraíba, uma coisa de louco. Ainda vai demorar um pouco para termos certeza, mas acredito que é um dos maiores sítios com gravura rupestre do Brasil, talvez o maior, mas só o tepo dirá”, afirmou o professor Juvandi de Souza Santos, coordenador do Labap, da UEPB, que está à frente da pesquisa.

A descoberta foi feita com a ajuda de pesquisadores de Catolé do Rocha. “E já consideramos este o maior complexo arqueológico em extensão e em quantidade de gravuras – são centenas – do Estado da Paraíba. Bom, até que se encontre outro maior”, declarou.

Juvandi de Souza relatou que a equipe havia chegado, na manhã da última segunda-feira (23), para visitar um sítio arqueológico na cidade, dando seguimento a um mapeamento que está sendo feito em Catolé do Rocha. Conforme o pesquisador, sabia-se da existência de apenas um fragmento muito pequeno desse sítio, mas jamais se esperava encontrar tamanha quantidade.

Ao observar o local, o grupo visualizou as gravuras já conhecidas, inclusive pela população e, a partir delas, os integrantes decidiram explorar mais adiante. No entorno, perceberam que havia uma grande quantidade de afloramentos rochosos, de lajes próprias do terreno, e prosseguiram.

“Já que estávamos lá, debaixo de um sol escaldante, decidi que iríamos fazer uma varredura na área, uma prospecção. E aí, em cada afloramento que íamos, apareciam novas gravuras rupestres. É uma coisa gigantesca. Tanto é que eu nem sei por onde começar”, confessou o pesquisador. Segundo ele, não há traços que apontem para um povo específico: “As gravuras se repetem na Paraíba e os estudos são poucos”.

Coordenador do Labap da UEPB, Juvandi de Souza, comunicou o achado arqueológico ao Iphan ao perceber o tamanho e importância da descoberta.

“Trata-se de uma das maiores ocorrências de gravuras rupestres do Brasil e acredito que essa venha a ser a maior descoberta arqueológica dos últimos tempos da Paraíba”, Juvandi Souza coordenador do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia (Labap), da UEPB.

Próximos passos da pesquisa

Assim que constatou o tamanho e a importância da descoberta, o pesquisador Juvandi de Souza comunicou o achado arqueológico ao Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). O assunto é pauta de uma reunião agendada para hoje, conforme relatou o professor.

Ele explicou que a conversa deve nortear os próximos passos. “É tudo muito novo. Sinceramente, não sei ainda como agir. Agora, vamos pensar como faremos, porque é algo gigantesco isso aqui. Vamos sentar e pensar como iremos proceder nos estudos do Sítio Arqueológico Malhada de Areia”, declarou o pesquisador.

O trabalho faz parte de um convênio firmado com as prefeituras para financiar parte das atividades de pesquisa em alguns municípios, com alimentação, combustível para deslocamento e alojamento para a equipe. O professor destacou o apoio da Prefeitura de Catolé do Rocha e do professor Edivan Silva Nunes Júnior, diretor do Campus da UEPB no município.

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