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Aquamação: entenda o que é a alternativa verde de cremação escolhida por Desmond Tutu

Aquamação: entenda o que é a alternativa verde de cremação escolhida por Desmond Tutu

O procedimento escolhido pelo arcebispo é uma combinação de fluxo de água suave, temperatura e alcalinidade para acelerar a degradação de materiais orgânicos. Confira!

Aquamação: entenda o que é a alternativa verde de cremação escolhida por Desmond Tutu

Premiado com o Prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua luta contra o Apartheid, Desmond Tutu, que faleceu no dia 26 de dezembro de 2021, teve seu corpo submetido a um processo chamado de aquamação. O procedimento foi um pedido do próprio arcebispo, que queria uma alternativa mais ecológica à cremação para seu descanso final.

A aquamação é um processo em que uma “combinação de fluxo de água suave, temperatura e alcalinidade são usados para acelerar a degradação de materiais orgânicos”, segundo a Bio-Response Solutions, empresa norte-americana especializada no processo. Segundo o site da empresa, o processo “usa 90% menos energia do que a cremação e não emite gases de efeito estufa“.

Já a Cremation Association of North America (CANA), uma organização internacional sem fins lucrativos, define a aquamação, ou hidrólise alcalina, como uma cremação sem chama. No procedimento o corpo é colocado em uma máquina de hidrólise alcalina, composta por uma câmara hermética preenchida com uma solução à base de água e produtos químicos alcalinos. Depois, a câmara é aquecida e ao final do processo restam apenas os ossos, segundo a organização.

Assim que os ossos estiverem secos, eles podem ser pulverizados. “O processo resulta em aproximadamente 32% mais de restos mortais cremados do que a cremação à base de chama e pode exigir uma urna maior”, afirma o site da CANA.

Além de solicitar uma alternativa ecológica à cremação tradicional, Tutu também tomou outras medidas para garantir que seu funeral fosse tão modesto quanto seu estilo de vida. Segundo a Desmond Tutu Health Foundation, administrada por ele e seus familiares, o corpo do arcebispo foi velado em um caixão simples, que era o “mais barato disponível “, para evitar qualquer tipo de ostentação.

Desmond Tutu era um defensor das causas ambientais e em 2007 escreveu um artigo intitulado “Esta complacência fatal” para o The Guardian no qual abordou o impacto preocupante das mudanças climáticas no Sul Global e nas comunidades mais pobres.