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Satélite da Nasa flagra poeira do Saara invadindo o Atlântico

Satélite da Nasa flagra poeira do Saara invadindo o Atlântico

Na imagem capturada pelo satélite Suomi NPP, é possível visualizar o fluxo de areia saindo da costa sul do Marrocos em direção ao oceano

O Observatório da Terra, órgão da Nasa, divulgou esta semana uma curiosa imagem de faixas densas de poeira do Deserto do Saara sendo transportadas em direção ao Oceano Atlântico. A foto foi capturada no dia 24 de agosto pelo instrumento VIIRS, que está a bordo do satélite Suomi NPP.

O Saara, que se estende por 11 países do norte da África, é a maior fonte de poeira transportada pelo ar em todo o mundo. Suas partículas podem viajar por milhares de quilômetros, atravessando o Mar Mediterrâneo em direção à Europa ou mesmo passando pelo Oceano Atlântico e chegando à América.

Um estudo publicado na revista Science Advances indicou que o ar seco, estável e carregado de poeira pode inibir a formação de ciclones tropicais no Atlântico Norte. Além disso, as partículas do Saara podem modular a quantidade de chuva trazida por essas tempestades.

Por meio de um modelo de aprendizado de máquina baseado em dados meteorológicos, estimativas de precipitação da Nasa e outras medições de satélite, os autores do estudo descobriram que, em quantidades menores, as partículas de poeira promovem a formação de nuvens produtoras de chuva, enquanto em concentrações maiores, os efeitos de bloqueio da luz solar da poeira servem para suprimir a precipitação.

Novas pesquisas devem ser desenvolvidas para investigar mais a fundo esse fenômeno. Embora ele tenha ocorrido até mais tarde em 2024, geralmente os fluxos de areia costumam acontecer anualmente até o início do verão do Hemisfério Norte, em junho.