Voadoras e gigantes, aranhas asiáticas “Joro” podem invadir Nova York

Segundo cientistas, espécie invasora que já “conquistou” territórios mais quentes ao sul pode se espalhar pela costa leste dos EUA. “Devemos aprender a viver com elas”, diz pesquisador
Uma espécie de aranha gigante vinda do leste da Ásia e que já tirou o sono de moradores e proprietários de terra nos estados da Geórgia e da Carolina do Sul pode em breve se espalhar pela costa leste dos Estados Unidos, chegando inclusive à cosmopolita Nova York.
Embora tenham se reproduzido nos estados mais quentes dos EUA por quase uma década, a espécie chamada Joro – que tem o tamanho de uma palma da mão – poderá em breve colonizar regiões com climas mais frios, segundo os cientistas.
É o que alerta um estudo publicado na revista Physiological Entomology, que estuda o metabolismo e o potencial de distribuição da espécie, levada ao país provavelmente por volta dos anos 2013 no deslocamento de contêineres entre os EUA e o Japão.
Elas tecem suas teias douradas sobre plantações, linhas de energia, árvores e até mesmo na varanda das casas. Na Geórgia, há relatos de pessoas que encontraram teias de até 3 metros de profundidade no quintal. As cenas foram comparadas com o filme “Aracnofobia”, um clássico do terror.
Diferentemente dos cinemas, porém, as “joro spiders” não são assassinas de pessoas, embora possuam veneno, sua picada é fraca demais para penetrar a pele humana ou de animais de estimação. Elas tampouco são consideradas uma ameaça à ecologia, por isso não há grandes esforços para conter seu avanço. Elas podem até servir como fonte de alimento adicional para predadores, como pássaros.
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Aranhas Joro na palma da mão: “as pessoas devem aprender a viver com elas”, diz pesquisador. — Foto: Divulgação
“As pessoas devem tentar aprender a viver com elas”, disse em comunicado Andy Davis, coautor do estudo e pesquisador da Odum School of Ecology. “Se elas estiverem literalmente no seu caminho, você pode até mover a teia para baixo ou para o lado, mas elas estarão de volta no próximo ano”.
“A meu ver, não há sentido em excesso de crueldade onde não é necessário”, acrescentou Benjamin Frick, também coautor do estudo e pesquisador Escola de Ecologia. “Você tem pessoas com armas de água salgada atirando nas árvores e coisas assim, e isso é realmente desnecessário.”
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Teias da aranha Joro se espraiam no ambiente: difícil não se impressionar. — Foto: Divulgar
Um dos trunfos dessa aranha é seu metabolismo, mais rápido que espécies “primas” endêmicas dos EUA, o que a ajuda a suportar mais baixas temperaturas, favorecendo seu deslocamento para regiões mais frias.
Outra razão que propicia sua dispersão é a “aptidão” para viagens. Segundo os cientistas, os filhotes praticam algo semelhante ao “balonismo”, que é quando eles usam sedas de teia para carregá-los com ajuda do vento para novos locais.
Há, ainda, o fator humano. “O potencial dessas aranhas se espalharem pelos movimentos das pessoas é muito alto”, disse Benjamin Frick, pesquisador do projeto, ao site NPR.