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Vinho, carne ou coca zero: o que tem maior potencial de causar câncer segundo a OMS?

Vinho, carne ou coca zero: o que tem maior potencial de causar câncer segundo a OMS?

Escala de classificação referente à possibilidade de algo ser cancerígeno envolve diferentes níveis, baseado na solidez das evidências científicas

Na noite desta quinta-feira, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, da sigla em inglês), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou o aspartame “possivelmente cancerígeno”. Mas afinal, o quão comum é um alimento que faz parte do dia a dia entrar nessa classificação? E quais têm o maior ou o menor potencial cancerígeno?

Em primeiro lugar, é preciso compreender a escala da IARC, que divide a análise de agentes em quatro grupos:

  • 1A, dos comprovadamente cancerígenos;
  • 2A, dos “provavelmente cancerígenos”;
  • 2B, dos “possivelmente cancerígenos”, e o
  • 3, daqueles que não tiveram uma relação com a doença comprovada.

Não são apenas alimentos que fazem parte dessa avaliação, porém eles são os que ganham mais destaque dos consumidores. A inclusão nesses grupos também não quer dizer que a quantidade geralmente ingerida vai causar câncer, mas sim que a substância tem esse potencial.

É importante que a população tenha em mente os possíveis riscos ao consumi-los, especialmente em excesso. Confira abaixo 9 alimentos populares que foram incluídos na escala pela OMS, dos comprovadamente cancerígenos até os que apenas há a possibilidade:

Cancerígenos (1)

Esse é o grupo daqueles cujas evidências científicas são altas em relação ao potencial de causar câncer tanto em animais, quanto em humanos. Logo, são produtos alvos das autoridades de saúde. Alguns dos itens nessa categoria são:

  • Vinho, cerveja, gin: toda bebida alcoólica é considerada cancerígena. A OMS defende que não existe ingestão máxima considerada segura, toda dose oferece riscos. Estima ainda que 4% dos diagnósticos anuais de câncer são atribuíveis à substância.
  • Salaminho, presunto, bacon: as carnes processadas, que passam por um processo químico para alterar o sabor ou aumentar o tempo de conservação, também são consideradas cancerígenas. A lista de produtos do tipo é longa, envolve linguiça, salame, mortadela, peito de peru, nugget, entre outros.
  • Noz de areca: há mais de 10 anos, essa especiaria comum na Ásia, muitas vezes mastigada, é considerada cancerígena por ter sido comprovadamente associada a casos de câncer de boca.

Provavelmente cancerígenos (2A)

Os itens nessa lista têm evidências consistentes para o desenvolvimento de câncer em animais, porém ainda limitadas no caso de humanos. Mas, os mecanismos observados sugerem uma alta probabilidade de conseguirem provocar um tumor nas pessoas, por isso são considerados “provavelmente cancerígenos”.

  • Filé mignon, carne suína: segundo análise da IARC, há estudos ligando a carne vermelha, no geral, principalmente com o câncer colorretal. O alimento é bom para saúde, mas o excesso deve ser evitado.
  • Bebida quente: desde 2018, a agência também considera bebidas com temperatura acima de 65 °C um fator que provavelmente pode causar câncer de esôfago.
  • Frituras: nesse caso, não é a ingestão do alimento em si, mas o processo de fritá-lo. Isso porque as emissões emitidas durante foram associadas a um aumento do risco de câncer de pulmão.

Possivelmente cancerígeno (2B)

É o nível mais baixo daqueles associados ao câncer. Agentes são incluídos nessa lista quando a evidência científica é considerada limitada tanto para animais, como para humanos, embora ela exista.

  • Aspartame: o adoçante artificial muito utilizado em refrigerantes zero açúcar foi incluído após três estudos sugerirem um aumento do risco de câncer de fígado. No entanto, eles foram considerados insuficientes para que a OMS alterasse o limite de ingestão segura, referente a até 40 mg por kg de peso corporal a cada dia.
  • Extrato da planta Aloe vera (babosa): um estudo mostrou que ratos que consumiram água enriquecida com a planta tiveram maior risco de desenvolver câncer de intestino grosso, mas não há evidências sólidas para humanos.
  • Legumes em conserva: essa avaliação foi feita especificamente em relação ao preparo em países asiáticos como China, Coreia do Sul e Japão. Não foram identificadas evidências consistentes em humanos, mas “em um único estudo, extratos de vegetais em conserva do norte da China induziram transformação morfológica de células embrionárias de hamster sírio em cultura”, segundo a IARC. Por isso, a agência os classificou como possivelmente causadores de câncer.