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Veterinária fala sobre cuidados na hora de adotar pets não convencionais

Veterinária fala sobre cuidados na hora de adotar pets não convencionais

Veterinária Roberta Mendoza Aguilar, de Sorocaba (SP), afirma que houve aumento na procura por animais não tão comuns no cotidiano, mas é preciso prestar atenção antes de adotar um novo amigo.

Ter um animalzinho de estimação é encher o lar de alegria, principalmente em uma época em que as pessoas estão ficando mais em casa do que fora. Há aqueles que amam cachorros, outros gostam mais de gatos. Porém, também existem aqueles que preferem adotar um amigo um pouco diferente.

Os chamados pets não convencionais são animais silvestres ou exóticos que não são tão comuns no cotidiano das pessoas, como o cachorro e o gato, por exemplo. Por serem diferentes, esses bichinhos precisam de mais atenção e de cuidados diferenciados.

g1 conversou com a médica veterinária Roberta Mendoza Aguilar, de Sorocaba (SP), que confirmou que houve um aumento na procura por esses animais, principalmente as aves, como calopsitas, papagaios, ararajubas, araras e etc.

“Hoje em dia, muitas pessoas querem ter um animal diferente em casa, e para cada um deles existe um público que se encaixa e se identifica com a espécie. O que eu observo crescendo bastante são os apaixonados por aves. O atendimento a esses animais dobrou na clínica”, conta a especialista.

 

Veterinária fala sobre cuidados na hora de adotar pets não convencionais — Foto: Arquivo pessoal

Veterinária fala sobre cuidados na hora de adotar pets não convencionais — Foto: Arquivo pessoal

Fato que se confirma na casa da funcionária pública Caroline Ferreira, de 32 anos. Junto com o marido, ela cuida de nada mais, nada menos do que 32 animaizinhos. A lista conta com: um coelho, dois porquinhos da Índia, seis ratos, um hamster, seis periquitos, quatro calopsitas e quatro peixes, além de dois cachorros e seis gatos.

“Por eu e o meu marido morarmos em uma casa pequena e ficarmos o dia inteiro fora, optamos por ter um hamster, começamos com dois, na verdade. Depois dos hamster, começamos a ter outros animais, como coelho, calopsita, e fomos aumentando a família, porque vimos que dava para ter outros bichos também. Mas nada foi premeditado, começamos do nada”, explica.

Cuidados diferenciados

Para quem está na dúvida de como ter um animal não convencional em casa e de qual se encaixa melhor com o seu perfil, Roberta explica que existe uma consulta de orientação para aconselhar o tutor sobre a espécie que ele deseja adotar, como manejar, alimentar e os cuidados com o recinto do animal.

“Primeiro você precisa ver qual espécie combina com o seu perfil. Existem animais que necessitam de mais atenção que outros, então é necessário estudar um pouco de cada espécie que se tem interesse. Após, é necessário adquiri-los junto a empresas credenciadas pelo Ibama, como criadouros comerciais, distribuidores ou lojas de animais, como pet shops.”

Veterinária fala sobre cuidados na hora de adotar pets não convencionais — Foto: Arquivo pessoal

Veterinária fala sobre cuidados na hora de adotar pets não convencionais — Foto: Arquivo pessoal

Os cuidados com esses bichinhos vão muito além da escolha. Para Roberta, a maioria dos acidentes envolvendo animais não convencionais é causada por erros na hora do manejo, falta de informação, alimentação ou recinto incorreto. Para evitar qualquer problema, a veterinária dá alguns conselhos.

“Aves principalmente são os animais mais estressados. Redobramos o cuidado no atendimento clínico com esses animais. Coelhos também costumam ser animais estressados, pois na natureza são presas, então estão sempre prestando atenção no ambiente. O ideal é sempre proporcionar um ambiente tranquilo para o animal, onde ele se sinta seguro. Fornecer enriquecimento ambiental com alimentos ou, dependendo da espécie, brincadeiras com água e alimento no calor para fazê-lo sair da rotina”, lista a veterinária.

Dependendo da espécie, é necessária uma alimentação específica para que não prejudique a saúde do animal. Diferente dos cachorros ou dos gatos, os pets não convencionais se estressam com mais facilidade e precisam de uma atenção específica.

Veterinária fala sobre cuidados na hora de adotar pets não convencionais — Foto: Arquivo pessoal

Veterinária fala sobre cuidados na hora de adotar pets não convencionais — Foto: Arquivo pessoal

“Irá depender de qual espécie você vai adquirir. Como, por exemplo, os répteis necessitam de luz solar todos os dias, pois precisam dos raios UVB para metabolizar a vitamina D para absorção do cálcio. É necessário ter um terrário com lâmpadas apropriadas, o ambiente necessita de umidade para auxiliar na ecdise. Enfim, são alguns cuidados diferenciados e cada espécie tem o seu. Por isso a importância da consulta de orientação.”

Caroline reforça que é preciso saber se terá tempo necessário para cuidar do animal antes de adquiri-lo. Além disso, os pets não podem ficar muito tempo presos para evitar que fiquem estressados.

“O conselho que eu dou para quem quer ter esse tipo de animal é que tenha um pouco de tempo para poder dar atenção, porque não é só pegar e manter na gaiola ou ter dinheiro para cuidar, mas você precisa ter tempo também para poder dar atenção, para poder dar carinho.”

“São animais carentes e eles esperam que a gente dê um pouquinho de atenção para eles. Soltamos bastante para brincar e eles se tornam super dóceis. Eu aconselho que não os mantenha presos por muito tempo, tem que soltar quando você puder e mantê-los junto com você”, completa.

Veterinária fala sobre cuidados na hora de adotar pets não convencionais — Foto: Arquivo pessoal

Veterinária fala sobre cuidados na hora de adotar pets não convencionais — Foto: Arquivo pessoal