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Uso de fertilizantes na Amazônia pode ter ligação com aumento de algas em praias do Caribe

Uso de fertilizantes na Amazônia pode ter ligação com aumento de algas em praias do Caribe

Elas vêm de um cinturão de algas, chamadas sargaço, no oceano que pode ser visto por satélites. Proliferação teria relação com uso de certos fertilizantes agrícolas que são levados para o mar.

Cientistas estão acompanhando um fenômeno nas águas do Oceano Atlântico que pode ter ligação com o uso de fertilizantes na Amazônia.

Praias do Caribe estão ficando cobertas por uma grossa camada de algas chamadas sargaço, que estão chegando também ao litoral da Flórida, nos Estados Unidos.

O professor Stephen Leatherman, da Universidade Internacional da Flórida, explica que elas vêm de um cinturão de algas tão grande no oceano que pode ser visto por satélites.

O grande  se estende desde a África até o Golfo do México: são 24 milhões de toneladas de algas. O que preocupa é que a quantidade vem aumentando a cada ano. Dá para ver a diferença de 2018 para 2023, no litoral do México.

Fotos mostram aumento da quantidade de sargaço em praia do México de 2018 para 2023 — Foto: JN

Fotos mostram aumento da quantidade de sargaço em praia do México de 2018 para 2023 — Foto: JN

O professor Chuamin Uh pesquisa o cinturão há dez anos na Universidade do Sul da Flórida e explica que esse aumento pode ser causado por muitos fatores, entre eles, a descarga de substâncias nocivas vindas do Rio Amazonas.

Pesquisas indicam que compostos químicos liberados no meio ambiente por causa do desmatamento e do uso de certos fertilizantes agrícolas são levados para o mar. O sargaço se alimenta do nitrogênio gerado por eles e também se multiplica com o aumento da temperatura, um sintoma do aquecimento global.

Os cientistas ainda avaliam os impactos para a natureza. O professor Chuamin explica que o sargaço não é tóxico, não mata peixes, mas pode ter um grande impacto sobre a indústria do turismo. É que as algas exalam um cheiro forte de apodrecimento quando se decompõem.

“Até sabermos como lidar com este problema, o que se pode fazer é reduzir o uso de fertilizantes e manter a floresta saudável”, aponta o professor.