Sol atinge fase máxima do Ciclo Solar 25
Em um comunicado conjunto, cientistas da NASA e do escritório de administração ambiental dos EUA (NOAA) anunciaram que o Sol alcançou seu período de atividade máxima deste que é o 25º ciclo solar desde que as oscilações da nossa estrela são monitoradas em detalhes.
O ciclo solar é um ciclo natural pelo qual o Sol passa enquanto transita entre condições de atividade magnética baixa e alta. Aproximadamente a cada 11 anos, no auge do ciclo solar, os polos magnéticos do Sol invertem e o Sol transita de um estado calmo para um estado ativo e tempestuoso.
A NASA e a NOAA monitoram as manchas solares para acompanhar a atividade solar, o que permite determinar e prever o progresso de cada ciclo solar. Desde 1989, o Painel de Previsão do Ciclo Solar, formado por especialistas patrocinados pelas duas entidades, tem trabalhado em conjunto para fazer previsões sobre o ciclo solar.
O principal elemento para isso são as manchas solares, regiões mais frias no Sol, causadas por uma concentração de linhas de campo magnético. Elas são o componente visível de regiões ativas, áreas de campos magnéticos intensos e complexos no Sol que são a fonte de erupções solares.
Durante a parte mais ativa do ciclo, conhecida como máximo solar, o Sol pode liberar imensas explosões de luz, energia e radiação, criando condições conhecidas como clima espacial. O clima espacial pode afetar satélites e astronautas no espaço, bem como sistemas de comunicação, como rádio e GPS, e redes de energia na Terra.
“Durante o máximo solar, o número de manchas solares e, portanto, a quantidade de atividade solar, aumenta,” disse Jamie Favors, da NASA. “Esse aumento na atividade fornece uma oportunidade emocionante para aprender sobre nossa estrela mais próxima – mas também causa efeitos reais na Terra e em todo o nosso sistema solar.”
[Imagem: NASA/SDO]
Previsão dos ciclos solares
As manchas solares usadas para monitorar o progresso do ciclo solar estão associadas à atividade solar, muitas vezes sendo a origem de explosões gigantes, como erupções solares ou ejeções de massa coronal, que podem lançar luz, energia e material solar no espaço.
Mas, como no clima terrestre, as previsões são difíceis. Ainda que os ciclos solares venham sendo rastreados desde que Galileu observou as manchas solares pela primeira vez, nos anos 1600, os dados mostram que cada ciclo solar é diferente – alguns ciclos atingem o pico por períodos maiores e mais curtos de tempo, e outros têm picos menores que duram mais.
A melhor previsão disponível é que esta fase de atividade máxima do Sol durará mais um ano ou mais, só então iniciando a fase de declínio, o que levará rumo ao mínimo solar.
Os ciclos solares 19 e 22 foram anormalmente intensos. Já no atual ciclo 25, em maio de 2024, uma sequência de grandes erupções solares e ejeções de massa coronal lançou nuvens de partículas carregadas e campos magnéticos em direção à Terra, criando a mais forte tempestade geomagnética na Terra em duas décadas – e possivelmente um dos mais fortes registros de auroras documentadas nos últimos 500 anos.
[Imagem: Space Weather Prediction Center]
Mais auroras
Os cientistas não conseguirão determinar o pico exato desse período de máximo solar por muitos meses porque ele só é identificável depois que o máximo solar começa a declinar. No entanto, os dados mostram que os últimos dois anos foram parte dessa fase ativa do ciclo solar devido ao número consistentemente alto de manchas solares.
“A atividade das manchas solares do ciclo solar 25 superou ligeiramente as expectativas,” disse Lisa Upton, membro do Painel. “No entanto, apesar de ver algumas grandes tempestades, elas não foram maiores do que o que poderíamos esperar durante a fase máxima do ciclo.”
A erupção mais forte deste ciclo solar até agora foi uma X9.0, em 3 de outubro passado – a classe X denota as erupções mais intensas, enquanto o número fornece informações sobre sua força.
Ainda se esperam tempestades significativas durante esta fase e rumo à fase de declínio do ciclo solar, mas a expectativa é que esta seja uma notícia de interesse apenas para os turistas, já que essas atividades significarão oportunidades de avistar auroras durante os próximos meses.
Os cientistas, por sua vez, estão se preparando para um marco na pesquisa e previsão do clima espacial: Em dezembro de 2024, a sonda espacial Solar Parker atingirá seu ponto de maior aproximação do Sol, batendo seu próprio recorde de objeto feito pelo homem a chegar mais próximo do Sol. Esta será a primeira de três aproximações planejadas para a Parker a esta distância, ajudando os pesquisadores a entender o clima espacial diretamente na fonte.